Até parece provocação!

fernando gomes 2

No mesmo dia em que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol Fernando Gomes foi à Assembleia da República prestar-se novamente ao rídiculo papel de defensor da causa à qual parece também estar completamente preso pelo pescoço (da boca do presidente da Federação voltámos a não ouvir uma única palavra em relação ao esquema de corrupção e tráfico de influências que está a ser investigado pela Polícia Judiciária\Ministério Público; também não escutámos qualquer palavra de condenação em relação à morte que aconteceu às portas do Estádio da Luz ou qualquer condenação às declarações de incitação ao ódio e à violência destiladas por Luís Filipe Vieira na zona mista do Estádio de Alvalade; não ouvimos também qualquer palavra de condenação em relação ao esquema interno de espionagem, de que estava ou provavelmente ainda está a ser alvo no seio da instituição que dirige, a mando de um clube; não ouvimos qualquer palavra de repúdio em relação aquela verdadeira golpada, como descreveu e bem o Míster do Café, que os funcionários que o clube encarnado dispõe naquele hemiciclo tentaram realizar no Verão em prol dos interesses do seu amo Vieira) e apresentar um conjunto de soluções de algibeira que não fazem, no meu humilde entendimento, o mínimo sentido quando o Estado tem as ferramentas, as instituições e a legislação adequada, clara, concisa e cristalina como a água para actuar em conformidade com os casos concretos que são apresentados (ainda hoje estamos para perceber como é que e em que circunstâncias é que aquele regulamento de segurança do Estádio da Luz foi aprovado pelo IPDJ; ainda hoje estamos para saber como é que o Benfica não foi punido em virtude do apoio directo e expresso que dá às suas claques), o Conselho de Arbitragem da FPF, órgão onde um tal de Fontelas Gomes, dirigente que age a trote das indicações que lhe são dadas pela Luz (eles bem tentaram utilizar a presença do filho na Academia de Alcochete para o conotar com o Sporting; não nos esquecemos porém da ameaça de greve dos árbitros que um dia Fontelas ameaçou vir a realizar na sequência das revelações realizadas por Bruno de Carvalho em 2015) decidiu nomear a Santíssima Trindade das Ordenações Ministeriais de Vieira para as deslocações que o Sporting e o Porto terão que realizar, respectivamente, aos difíceis terrenos do Rio Ave e do Boavista. Continuar a ler “Até parece provocação!”

Coincidências

Duas pequenas notas para uma fogueira para a qual não gosto de contribuir:

  1. Pago para ver, muito sinceramente, quantas mais quebras de comunicação entre os árbitros e o videoárbitro existirão até ao final da provas em curso. Se até ao final da temporada verificarmos uma ou duas situações idênticas será, a meu ver, muito. “Ele há cada coisa”, cada uma e cada qual mais estranha e recambolesca que a anterior, sempre em benefício do mesmo clube, nos mais precisos timings, ou seja, em momentos nos quais o Benfica está em desvantagem ou está a ter muitas dificuldades para segurar uma vantagem.
  2. A ameaça deixada no ar durante o dia de hoje pelo presidente da APAF Luciano Gonçalves não passa de um fait divers que tem como objectivo desconversar em relação ao tema que tem marcado a actualidade do futebol português: as buscas realizadas pela Polícia Judiciária ao Benfica e a 6 dos dirigentes envolvidos no escândalo dos emails. Alguém acredita mesmo que os árbitros irão marcar falta de comparência às partidas do troféu que é disputado anualmente em honra do primeiro árbitro que deu a primeira vitória do Benfica na dita competição? Agora a sério: o que é teme o presidente do sindicato da classe? Porque é que só agora veio manifestar-se em relação a uma suspeita que já dura de facto há 4 meses? Terá sido “apanhada” pela Judiciária qualquer coisa que comprometa seria e directamente algum dos seus associados? tudo é possível! –  face aos erros grosseiros que são cometidos jornada após jornada nas últimas 4 temporadas (como ainda ontem pudemos constatar quer na partida realizada na Vila das Aves, quer na partida de Alvalade) erros que se dão sempre em benefício de um clube e em prejuízo de todos os restantes, e face à gravidade das revelações que tem visto a luz do dia nos últimos meses, poderá o douto presidente da APAF (agente que está preso ao Benfica pelo pescoço desde aquele célebre episódio no qual foi catado a pedir bilhetes ao clube encarnado para os utentes da instituição particular de solidariedade social na qual era na altura dirigente) explicar como é que nós, consumidores regulares do espectáculo, podemos confiar na honestidade dos seus associados? Como podemos nós confiar na seriedade e na honestidade de um conjunto de profissionais escolhidos a dedo por um sistema de filtração comandado por dois (Adão Mendes, Paulo Gonçalves) dos implicados no caso que está a ser investigado pelas autoridades? Como é que poderemos confiar num sistema de profissionais que comunica diariamente com um delegado da Liga ao serviço do Benfica, também ele implicado no referido caso?

Rir para não chorar – o castigo imposto a Samaris

Poucos minutos passaram desde o garrote aplicado sobre a garganta de João Carlos Teixeira, acção que passou em claro (por vários motivos; o grego travou uma acção de contra-ataque; trata-se de uma agressão evidente sobre o adversário)

samaris

fonte da notícia: mais futebol 

O reincidente Samaris conseguiu ser punido com menos jogos do que aqueles com que já tinha sido punido em virtude daquela lamentável e antidesportiva agressão a Diego Ivo, jogador do Moreirense. Incongruência das incongruências nos regulamentos, a tipologia do acto processual inviabilizou totalmente a aplicação de um castigo superior ao inicialmente aplicado a um reincidente, apesar de igual poder ser o número de jogos máximos a aplicar. É a primeira vez que um reincidente neste tipo de actos é suspenso por um número de jogos inferior ao do primeiro castigo aplicado.

Por outro lado, Bruno Esteves proporcionou-nos um belo momento de humor. Uma verdadeira risota na qual se aplica a velha antítese “rir para não chorar”. O árbitro não teve noção total do desentendimento” mas deliberou prontamente a aplicação de sanção de cartão amarelo para os jogadores envolvidos no lance” – ou seja, se aplicou prontamente uma sanção disciplinar, é omesmo que dizer, que viu quem foram os jogadores envolvidos (se viu, só teria que agir em conformidade, admoestando os prevaricadores no lance: Jardel e Paulinho com um cartão amarelo e Samaris, com o cartão vermelho; creio que Jardel não foi sequer admoestado pelo árbitro da partida); por outro lado, o árbitro não teve “noção total da dimensão desse gesto em particular” (como também de resto fingiu não ver a agressão anterior perpetrada pelo grego sobre João Carlos Teixeira poucos minutos antes).

Ora bem, meu caro Bruno Esteves: por norma quando uma pessoa ataca a garganta de outrem não visa fazer-lhe, como se diz na gíria, fosquinhas, mas sim, essencialmente provocar-lhe (com dolo) um dano à integridade física punível pela lei. A dimensão desse gesto é precisamente essa: provocar um dano à integridade física do adversário. Parece-me portanto bastante nítida uma incongruência no discurso do árbitro: ou se vê totalmente a acção e se aplica a devida justiça ou então, quando não se tem a certeza, não se aplica nada porque não se tem a certeza. Se o árbitro (ou qualquer elemento da sua equipa) conseguiram descortinar os intervenientes é porque viram o desenrolar da acção e o respectivo contexto que ditou o decurso da acção. Caso contrário, nada tinham assinalado. O resultado da acção do árbitro foi claro: amarelo para não ter que expulsar. Como refere e bem o Mister do Café no seu último post, estamos perante uma era de cegueira temporária. 

Até onde se estende a teia de Vieira?

julio loureiro

Júlio Loureiro, à direita, é a prova que o Benfica não domina apenas as instâncias federativas. Os tentáculos do polvo encarnado estendem-se até à justiça. 

No princípio era o verbo. Tudo começou com uma linguagem sacra algo recambolesca. Um comentador de verborreia enviesada e abjecta, comentava com um antigo árbitro e observador de árbitros de primeira categoria, a ordenação de uns padres escolhidos e a celebração de umas missas. No alto, havia um primeiro-ministro, o homem que tudo controlava. As metáforas utilizadas não deixavam muitas dúvidas: naqueles textos não haviam meras suposições, haviam indícios claros daquilo que todos já suspeitávamos há muito: um singelo exercício da prática de manipulação dos resultados de um determinado clube por via do tráfico de influências.  A teia foi sendo calmamente desmontada nas semanas seguintes.  O antigo árbitro pedia ao assessor jurídico do clube em causa a intercessão pelo futuro do seu filho, também árbitro. Os padres eram ordenados com recurso à intermediação de um bom menino. De um bom menino, delegado da liga em funções, que divulgava antecipadamente informações intra institucionais alegadamente confidenciais em troca da sua participação (como delegado da Liga) num ou noutro jogo de 1ª liga. Esse bom menino manteve ao longo de vários meses, boas relações quer com árbitros de primeira, quer com árbitros de segunda categoria. Um órgão de comunicação social teve acesso a uma informação muito preciosa: o Benfica tinha intercedido junto dos órgãos competentes para baixar a nota de um árbitro (hostil) num determinado jogo. Mais revelações surgiam: o Benfica tratava de utilizar os seus enviados no terreno para promover a subida dos árbitros (vulgo padres) evangelizados na causa.

nuno cabral

Noutro âmbito, um conjunto de dirigentes das mais altas instâncias de decisão recebia uma pazada de bilhetes para os jogos do clube em causa em troca da prestação de um conjunto de favores cujos objectivos visavam beneficiar esse clube e prejudicar os seus rivais. Pelo meio, houve a revelação de actos de bruxaria da boa, erros de sintaxe primários, espionagem, e entrevistas que nunca aconteceram para divertir a malta e descredibilizar ainda mais os agentes envolvidos. Passados 3 meses veio a revelação que na minha opinião é a gota de água neste processo de revelações: o polvo encarnado ultrapassa as fronteiras do institucionalismo desportivo até ao institucionalismo judicial. Vieira unta com generosidade as mãos a árbitros, observadores, delegados, membros dos Conselhos de Arbitragem, Disciplina e Justiça, dirigentes sindicais, jornalistas, funcionários da justiça – e quem sabe até a inspectores de polícia, procuradores, magistrados, políticos, governantes. Todos os cenários são possíveis e exequíveis face à gravidade das acusações reveladas.  Continuar a ler “Até onde se estende a teia de Vieira?”

A confirmação do meu maior receio em relação à introdução do videoárbitro

Na sequência deste post. Em boa hora pude ir aos meus arquivos resgatar um dos meus escritos sobre esta questão, para realçar que um dos maiores receios que tinha a 6 de Maio, dia em que se soube que a Federação Portuguesa iria introduzir a partir da presente temporada a nova figura do videoárbitro e a nova tecnologia ao seu dispor, residia precisamente na possibilidade dos novos agentes poderem vir a enviesar as decisões que tomam em virtude do recurso a interpretações extensivas ou restritivas (muito subjectivas; enviesadas por motivos de outra índole) da lei. No caso de Eliseu, Vasco Santos usou uma interpretação muito restritiva da lei.

Bastaram portanto 4 semanas para perceber o esquema pelo qual se vai processar ao longo da presente temporada a aplicação da tecnologia nos jogos do Benfica. Sim, o videoárbitro terá uma legislação e um guião de conduta completamente diferente para os jogos do Benfica. Sempre que o objectivo de análise for contra ou favor do Benfica (exemplo: o penalty marcado sobre Jonas) o videoárbitro deve dizer prontamente afirmar ou omitir:

  • Nos lances contra os encarnados  – “não vi”, “não me pareceu”, “não havia motivos para avisar”, “não valia a pena rever”
  • Nos lances a favor – “sim”, “há puxão\agarrão\rasteira”, “não tem intenção de jogar a bola”, “impediu” ou simplesmente tomar uma atitude passiva sempre que o árbitro principal seja pronto a marcar a infracção.

Mas o que é isto?

Para além de ter sido pouco ético e de ter prestado um péssimo exemplo a todos aqueles que actualmente se iniciam na arbitragem, a linguagem utilizada por Jorge Sousa no episódio protagonizado pelo árbitro no jogo desta manhã entre a formação do Real Massamá e a equipa B do Sporting violou alguns dos preceitos de conduta plasmados (e devidamente sancionáveis) em vários dos regulamentos da FPF e da Liga. A começar pelo próprio regulamento da arbitragem, no seu artigo 17º.

O Regulamento Disciplinar das provas organizadas pela Liga de Clubes também é muito claro quanto Às sanções que devem ser aplicadas aos árbitros que adoptem o uso de expressões grosseiras perante qualquer outro agente do jogo.

3 a 15 jogos. Faça-se justiça nesta questão.

A atitude do árbitro da AF Porto ganha outra dimensão se atentarmos ao facto de ter sido cometida por um árbitro experiente, detentor das insígnias da FIFA e da UEFA. Não estamos a falar de um erro cometido por um maçarico qualquer que acabou de sair do curso de arbitragem. Estamos a falar de um erro de condução grosseiro cometido por um árbitro cuja experiência acumulada na condução de jogos de alto nível já lhe deveria ter fornecido as ferramentas necessárias para conseguir lidar com todas as incidências de um jogo de futebol. Com calma e alguma contenção verbal. Por outro lado, o exemplo prestado para a toda a comunidade foi péssimo. Com que imagem de Jorge Sousa ficaram todos aqueles que viram a sua conduta? Que moral tem a APAF para vir pedir respeito de toda a comunidade perante os seus associados quando são os seus associados os primeiros a faltar a esse mesmo respeito? Um árbitro deve, acima de qualquer outra atitude, pautar a sua intervenção no jogo com base numa postura correcta, educada e pedagógica, postura que Jorge Sousa não teve.

Má fé ou provocação? Não podemos ignorar os ódios de estimação sentidos por alguns árbitros contra determinados clubes. Esses ódios de estimação, provocados por clubite, por influencia de terceiros ou por pura inimizade com um agente de uma das equipas, leva alguns árbitros a assumirem verdadeiras posturas de provocação quando são nomeados para apitar em determinados campos. Quando Hugo Miguel vai a Alvalade, por exemplo, várias as situações em que o já vi dirigir-se aos jogadores do Sporting com a mesma arrogância, altivez e rispidez com que Jorge Sousa se dirigiu ao guarda-redes da equipa B do Sporting. Claro que a adopção deste tipo de comportamentos e condutas visa condicionar o rendimento dos atletas.

O futebol português precisa claramente de um upgrade digital

A manifesta insuficiência das novas tecnologias (manipuladas à la carte) à disposição da arbitragem nos jogos em casa do Benfica, leva-me a defender a necessidade urgente da criação de um novo agente fiscalizador na cabine da régie: o fiscal de linha de realização.

O fiscal de linha de realização deverá ter um protocolo de actuação bem definido no qual lhe serão atribuídas competências fiscalizadoras sobre todo o trabalho de manipulação de imagem que se pode realizar numa régie bem como à aplicação de sanções imediatas sobre qualquer infractor. Para o efeito, a federação não poderá enviar para as cabines de régie um maçarico qualquer. Muito menos serão admitidos “bons meninos”. Os candidatos terão que preencher uma série de requisitos mínimos:

  • Os candidatos não podem ser sócios ou simpatizantes do Benfica.
  • Os candidatos não podem ser familiares ou amigos de sócios ou simpatizantes do Benfica que tenham na sua posse um redpass.
  • Os candidatos não devem ser clientes habituais do Museu da Cerveja. (factor de exclusão).
  • Os candidatos não podem ser amigos de Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, João Correia, Jorge Mendes, Sílvio Cervan, Paulo Gonçalves, Álvaro Batista, Nuno Cabral, Vitor Pereira, António Rola, António Figueiredo, Armando Nhaga, Rui Gomes da Silva, José Calado, Nuno Farinha, Leonor Pinhão, Vitor Serpa, José Fanha Vieira, Carlos Janela, Pedro Guerra, David Borges, Jorge Baptista, Ribeiro Cristóvão, João Gobern ou André Ventura.
  • Qualquer candidato será excluído nas fases preliminares do concurso se aos 15 anos não tiver sofrido uma intoxicação de marisco no restaurante do Barbas na Costa.
  • Os candidatos devem saber distinguir cartões amarelos de cartões vermelhos. Qualquer candidato deverá saber que os cartões vermelhos não estão na lapela apenas para enfeitar.
  •  Os candidatos devem possuir conhecimento e experiência na fiscalização de acções de instalação de softwares de edição de imagens.
  • Deverão possuir a agilidade necessária para, em curtíssimos espaços de tempo, retirar qualquer dispositivo de entrada aos realizadores e assistentes de realização.
  • Deverão estar preparados para a possibilidade poderem vir a ser alvo de atropelamento nas imediações do Estádio da Luz por qualquer ultra das claques ilegais do Benfica ao volante de um Renault 19.
  • Deverão ser pessoas capazes de pronunciar correctamente a palavra “Benfica” – não se admitindo portanto qualquer candidato que pronuncie o termo “Boifica” ou “Banfica”.

Ainda existem dúvidas?

Saúdo a Federação Portuguesa de Futebol! Para além do indispensável arrojo que foi tomado em prol da verdade desportiva no nosso futebol, os responsáveis da Federação tem feito todos os esforços para regulamentar a introdução do videoárbitro e tem manifestado todo o interesse em prestar e explicar toda a informação disponível sobre o assunto. Quem continuar a apostar numa atitude de resistência ou até mesmo de aversão verá, em breve, a sua opinião completamente descredibilizada.

Não tenhamos a mínima dúvida: sem a nova tecnologia, em condições normais, este golo teria sido validado. Teria sido validado com as consequências que todos bem conhecemos para as equipas que os sofrem. Estes são os golos que podem vir a ser decisivos para separar sucesso do fracasso, o primeiro do segundo lugar, a presença numa Liga dos Campeões de uma presença na Liga Europa, a manutenção da despromoção, a opinião positiva sobre o trabalho de determinado treinador da opinião negativa sobre o trabalho do mesmo treinador…

Vamos a isso! Marco Ferreira deverá ser o primeiro a falar

Vamos a isso!

Para que não hajam dúvidas em relação ao que vou escrever neste post, sinto a necessidade de deixar uma nota prévia: ao longo do último ano passei a respeitar Marco Ferreira. Já o respeitava enquanto árbitro porque sempre me pareceu competente e imparcial. Não tenho também qualquer pejo em afirmar que o antigo árbitro madeirense foi um dos melhores da sua geração. Não me devo também sentir acanhado para dizer que Marco Ferreira foi obviamente prejudicado (na sua descida de categoria) pelo sistema montado por Luís Filipe Vieira. Há umas semanas atrás percebemos que as notas negativas do madeirense na temporada em que desceu de categoria foram manipuladas através do modus operandi que foi aqui revelado.

No preciso momento em Marco Ferreira afirmou que o antigo presidente do CA\FPF Vítor Pereira lhe ligava nos dias anteriores aos jogos do Benfica (que o madeirense ia apitar) para lhe dar a dica de que “tudo teria que correr bem” (um autêntico crime de coacção) o meu nível de respeito pelo madeirense subiu, para descer quase imediatamente quando, no dia seguinte, decidiu dar o dito por não dito. Mesmo assim, mantive-lhe a minha admiração e consideração porque sei que Marco Ferreira é uma pessoa íntegra, recta, sincera e… (para muitas pessoas é um defeito, para outros é a linha pela quais se cosem os homens que vivem de espinha direita) de coração na boca. Nos últimos meses, o madeirense tem sido uma das vozes mais assertivas em relação à podridão que é a arbitragem no futebol português. Naturalmente. Marco conhece na perfeição todas as esquinas dos jogos de bastidores que se passaram nos últimos anos na arbitragem portuguesa.

Neste post em concreto, Marco Ferreira criticou (na mouche) o carácter mercenário de toda uma classe (uma autêntica vergonha; pessoas sem o mínimo pingo de dignidade), deixando ao mesmo tempo um apelo revelador que nada tem de enigmático: os árbitros estão mesmo protegidos sobre um manto e tem muito para contar sobre esse manto protector. Contudo, tenho obrigatoriamente que lavrar uma crítica ao madeirense.

Em relação às acusações proferidas contra Vítor Pereira, não ficámos suficientemente esclarecidos. Existiam ou não existiam pressões directas para que o madeirense beneficiasse o Benfica nos jogos em que apitava o clube da Luz? As pressões eram realizadas da forma descrita com a linguagem descrita ou iam para além da forma descrita? Antes de incitar quem quer que seja a por a boca no trombone, creio que Marco Ferreira deve à sociedade esse esclarecimento . Assim como também deve à sociedade (pela via das autoridades competentes; é um verdadeiro dever de cidadania) todos os esclarecimentos (plausíveis) que possam ser úteis à investigação que está em curso.

Situações que não podem de todo acontecer com o novo sistema de videoárbitro apesar da decisão disciplinar ter sido a correcta

No jogo desta tarde entre a Alemanha e os Camarões, uma entrada duríssima cometida pelo lateral direito da selecção Ernest Mabouka sobre o médio alemão Emre Can suscitou um pedido de revisão da jogada (num primeiro momento pelo videoárbitro nomeado pela FIFA para a partida, e nos 2 momentos subsequentes pelo árbitro em virtude do erro que veio a cometer) por parte do árbitro colombiano Wilmer Roldán.

Apesar de considerar que o árbitro da partida poderia estar melhor colocado no lance em questão para analisar e decidir sobre o critério disciplinar a aplicar sem a ajuda de terceiros, e que o fiscal-de-linha daquele lado estava em condições de ajudar o seu colega de equipa, a nova tecnologia foi introduzida precisamente para auxiliar a decisão do árbitro neste tipo de situações em que o contexto não é favorável a uma tomada de decisão assertiva e, acima de tudo, justa. Compreendo perfeitamente todas as limitações que podem eventualmente surgir no decurso de uma partida para um árbitro: para além deste ter que estar com atenção a multiplicidade de factores intrínsecos ao jogo (a visualização das acções rápidas, frenéticas, de 22 actores num cenário de oposição; o controlo permanente dos episódios que vão sendo criados pelos agentes que estão no banco de suplentes, entre outros) nem sempre o posicionamento que este adopta é o melhor para poder observar com clareza determinado lance de forma a poder ajuizá-lo correctamente, assim como, tendo em conta o mesmo objectivo (a ambicionada imparcialidade e justiça na actuação) nem sempre o cérebro humano consegue acompanhar com a mesma rapidez uma acção (real) que se desenvolve ali à frente dos nossos olhos. Quantas vezes é que ao longo das nossas vezes vimos algo bem real a acontecer à nossa frente e não conseguimos tomar, numa curta fracção de tempo, a decisão mais acertada naquele caso concreto? Centenas, se não milhares de vezes. Continuar a ler “Situações que não podem de todo acontecer com o novo sistema de videoárbitro apesar da decisão disciplinar ter sido a correcta”

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