4 breves notas reflexivas sobre o amigável realizado em Viseu frente à Arábia Saudita

  1. São várias as razões que me levam a não atribuir grande significado ou grande importância aos amigáveis que são realizados entre selecções. A mais importante de todas reside obviamente na natureza destes jogos. Não existindo nestes desafios, o condicionamento próprio do contexto competitivo, ou seja, o estímulo que obriga os atletas a ter que oferecer ao jogo a melhor reacção e a maior entrega possível  para vencer determinado adversário e para tirar vantagens dessa mesma vitória, grande parte dos jogos amigáveis acabam por ser aborrecidos, pese embora o facto de conseguir reconhecer que em determinados casos, possam existir amigáveis (partidas, competições) que possuem um “modelo ficcionado” aproximado à competição e que em  algumas destas partidas, os jogadores com menor probabilidade de virem a figurar na convocatória do seu seleccionador para um compromisso de de índole competitiva tentem, também por vários motivos, fazer render o seu peixe. Uma convocatória para um jogo amigável é a oportunidade ideal para determinado jogador se inserir nas rotinas de um grupo de trabalho, nas dinâmicas de determinado modelo de jogo idealizado e no lote de escolhas à disposição de um seleccionador para os jogos oficiais. Por outro lado, a internacionalização pela sua selecção é para qualquer jogador algo que lhe valoriza a carreira, um verdadeiro selo de qualidade que o torna mais apelativo (e uma escolha de menor risco) aos olhos dos dirigentes que o cobiçam. No Rugby por exemplo, o universalmente denominado e codificado (na linguagem da modalidade)  “test match” é um jogo com um carisma bem diferente do amigável realizado no futebol. Ao contrário do futebol, poucos são os intervenientes (treinadores, jogadores) que não atribuem ao test match uma importância bem próxima de um jogo oficial. Em primeiro lugar, tal deve-se à cultura sui géneris da própria modalidade. Se perguntarem a um adepto francês se ele gosta de perder um test contra a selecção inglesa, o dito certamente responderá que não gosta de perder nem a feijões contra os beefs. Se perguntarem a um jogador neozelandês se gosta de perder uma Bledisloe contra os australianos, a resposta será em tudo idêntica. Se perguntarem a um seleccionador se viu coisas positivas nos 4 tests, ele responderá certamente que a sua equipa ainda terá muito trabalho pela frente para se apresentar em boas condições nas grandes competições internacionais porque não cumpriu nenhum dos objectivos a que se propôs. Se perguntarem a um jogador se as vitórias tem peso diferente, qualquer jogador de rugby dirá que uma vitória é sempre uma vitória, indiferentemente dos contextos em que é obtida. Uma vitória no Rugby é um passo para a Glória. Tudo no fundo se resume a isso: à cultura da modalidade (uma cultura de honra, de vitória, de espírito de batalha, de compromisso, de integridade, de respeito, de serviço, de sacrifício) e à criação de sinergias dentro de um grupo de trabalho, sinergias que serão obviamente, a todos os níveis, muito válidas para o futuro. No Rugby, a World Rugby abre anualmente duas janelas para testes: uma em Junho (a Janela que simboliza o encerramento da temporada europeia), janela na qual por norma, as equipas europeias partem em digressão até ao Hemisfério Sul, e outra, em Novembro, que simboliza o final de temporada do Hemisfério Sul, janela (que se iniciou hoje) na qual as selecções do Hemisfério Sul partem em digressão para a Europa. Em ambas, os seleccionadores nacionais optam por levar consigo uma data de jogadores que em condições normais não tem lugar nas suas escolhas, misturados entre escolhas habituais ou os chamados intocáveis para os testar. Tal opção não se deve apenas para os testar num contexto desportivo aproximado ao da competição mas também para testar as suas aptidões sociais. E isto acontece porque, os estágios de preparação para as digressões e as ditas podem durar 2\3 meses, ou seja, uma duração aproximada aos estágios de preparação para o Mundial. São portanto 2 meses nos quais o atleta vai estar longe de casa, factor que pode efectivamente diminui-lo anímicamente, afectando-lhe o rendimento. Nenhum seleccionador irá decerto querer levar ao Mundial um jogador que não é capaz de extrair o seu melhor desempenho porque está mentalmente afectado por uma situação exterior ao contexto competitivo. No futebol raramente vemos esta cultura nos amigáveis. As janelas internacionais duram, no máximo, 7 ou 8 dias. Grande parte dos jogadores entra de forma receosa nas partidas, ou seja, com medo de se lesionar para não prejudicar a sua carreira no clube. Pela vontade de tantos outros, atletas que passam semanas fora de casa, que não passam o tempo que deveriam passar com esposas e filhos, nem punham os pés neste tipo de jogos.
  2. Como referi no ponto anterior, poucos são os amigáveis que me despertem interesse ou que me levem a atribuir-lhe grande interesse. Se um amigável realizado entre selecções de topo como o Inglaterra vs Alemanha não foi sedutor o suficiente para lhe gabar uma única imagem, compreenderão o diminuto interesse que possuo neste tipo de jogos, interesse que é antagónico por exemplo em relação aos amigáveis de clubes, por motivos completamente distintos. Vejo, ou tento ver, todos os amigáveis realizados pela selecção portuguesa. E vejo-os por um ou dois simples leitmotifs para compreender as sinergias que se criam, para compreender a valência dos jogadores novos num determinado modelo de jogo em andamento e para poder entender as escolhas que um seleccionador realiza no futuro.
  3. O jogo de ontem, disputado no Fontelo (Viseu), foi organizado com o intuito de poder aspirar a constituir-se, em simultâneo, como um pluridimensional momento de solidariedade e reconciliação nacional. Se por um lado, os mais recentes episódios da vida nacional, levaram a FPF a equacionar os dois jogos amigáveis marcados para o presente mês para as capitais de duas das várias regiões afectadas pelos incêndios deste verão\início de outono para prestar uma homenagem sentida às vítimas das duas tragédias e para, proceder a uma angariação de fundos passível de financiar a reconstrução de casas e fomentar o trabalho dos bombeiros das ditas regiões, cumprindo em teoria o papel de responsabilidade social que também assiste à dita Instituição, por outro lado, a Federação também aproveitou este momento para usar a selecção nacional como uma ferramenta de coesão social, levando-a até ao esquecido “farócentronordeste” – um pedaço de terra de montes e vales que é tantas vezes esquecido e até votado ao ostracismo pelos nossos governantes. No caso de Viseu, a cidade não recebe com maior regularidade da selecção nacional A porque não tem uma infraestrutura adequada para o efeito. O Estádio do Fontelo está decadente e se assim o está deve em parte à visão acertada de um dos seus anteriores presidentes de Câmara. Em boa hora, Fernando Ruas não optou pelo endividamento da Câmara em prol de um evento efémero que poucas contrapartidas traria ao tecido económico da região a curto e médio prazo e até mesmo nenhum a longo prazo. Nem os clubes de Viseu possuem “massas associativas” que justifiquem tais obras, nem na altura possuíam até hipóteses para colocar um clube na 1ª divisão, visto que essa altura (2000, 2001) coincidiu precisamente com o início do processo de bancarrota, falência e extinção do antigo Clube Académico de Futebol, o actual Académico de Viseu Futebol Clube, formação que como se sabe investiu fortemente para subir na presente temporada à 1ª Liga, feito que obrigará certamente a CMV a ter que investir seriamente na remodelação do Estádio do Fontelo nos próximos meses. A transmissão de ontem (dos pormenores do Estádio) não passou essa ideia aos telespectadores porque não filmou os vidros partidos na fachada, não filmou a lastimável qualidade do seu relvado e mascarou uma bancada inútil (não tem cadeiras; penso até que não tem a sua segurança devidamente aprovada nas entidades competentes) através da filmagem sobre a bancada amovível que foi colocada pela FPF num dos topos do estádio. A câmara de Viseu deverá ser certamente uma das câmaras municipais que mais fundos atribui ao desporto do país. Posso até afiançar que a algumas colectividades do concelho, a CMV dá dinheiro a mais, financiando a rodos a ambição desmedida de alguns dirigentes que se servem das Instituições para aspirar a algo mais para as suas vidas. Falo-vos portanto daquela modalidade tão típica do ser lusitano: o alpinismo social. A ginástica de trampolim que é oferecida por algumas colectividades aos seus dirigentes. Ou os dirigentes que fazem das colectividades que dirigem um mero trampolim. A ideia da FPF foi boa, mas não foi suficientemente sedutora para que eu marcasse presença no estádio. E não, ao contrário de milhares de viseenses que trataram de vender por 5 paus o seu bilhete assim que souberam da não convocação do Ronaldo, descurando todo o cariz social do evento, eu não fui porque não acredito verdadeiramente nestas acções de solidariedade da treta. Até que uma casa de uma família afectada seja efectivamente recuperada com o dinheiro angariado no jogo ou nas chamadas de valor acrescentado, ou que um filho de uma vítima possa ser vestido da cabeça aos pés com recurso aos fundos angariados, eu só não acredito nos objectivos deste tipo de acções como até prefiro ir entregar directamente o meu dinheiro às vítimas ou aos destinatários. Pelo menos sei que ao entregar directamente, o meu donativo não irá ser taxado com o respectivo IVA, nem será extraviado pelo caminho. Os viseenses não pensam assim. Maior parte dos que se encontraram no estádio, queriam ver a todo o custo Cristiano Ronaldo.
  4. Do jogo propriamente dito, creio que foi uma boa oportunidade para Fernando Santos testar a inversão nítida ao modelo de jogo que está paulatinamente a trabalhar com os jogadores desde a última janela internacional, ou melhor, desde os dias que antecederam o jogo realizado contra a Suíça, e para testar os estreantes ou os jogadores que fez regressar à sua convocatória. Da operacionalização das nuances em relação ao modelo de jogo padronizado desta selecção, ao modelo clássico de jogo exterior e de abordagem à área única e exclusivamente a partir de cruzamentos, pareceu-me que está a sair algo de mais positivo, de mais estético mas ainda com eficácia diminuta. Do jogo contra os sauditas selecção que em nada testou a Portuguesa no capítulo da transição defensiva e da organização defensiva, gostei particularmente de alguns processos de jogo que privilegiaram a entrada da bola em zonas interiores entre linhas e das dinâmicas apresentadas pelos 3 jogadores que jogaram atrás de André Silva (Bernardo Silva, Gonçalo Guedes e João Mário; constante mobilidade entre linhas, procurando oferecer a Danilo e a Manuel Fernandes linhas de passe no interior do bloco adversário, sem descurar por completo o jogo exterior; trocas posicionais constantes para confundir a defesa adversária; em diversas os 3 chegaram a estar inseridos em zonas interiores do terreno em simultâneo, aparecendo soltos de marcação para se enquadrar com a baliza no momento da recepção; boas combinações; boa capacidade de aceleração de jogo, em especial, de Gonçalo Guedes, jogador que também traz uma lufada de ar fresco a esta selecção no capítulo dos remates de meia distância; maior harmonia entre o jogo de interior e o jogo de exterior), gostei da capacidade de organização de Danilo (arriscando mais no passe longo; procurando ser um médio que acrescenta metros à equipa a partir do passe), da sua leitura de jogo quer no capítulo da organização ofensiva (procurando preferencialmente servir a entrada de companheiros em espaços vazios) como no capítulo da transição defensiva, fase no qual o médio é extraordinariamente efectivo porque ataca bem as segundas bolas, e lê bem as intenções adversárias para ser rápido a cair sobre um dos destinatários do esférico de maneira a matar a sua transição. Não desgostei de Kevin Rodrigues, apesar de ter visto recentemente alguns jogos nos quais o lateral esquerdo me desagradou por timidez (ou seja, por não subir tanto no terreno, por ser um lateral de pouca propensão defensiva), e não gostei absolutamente do excessivo individualismo de Gelson na segunda parte. Aquela vontade de fazer tudo sozinho redundou numa exibição em que o jogador do Sporting nada fez para além de complicar o jogo da equipa e de dar razão a todos aqueles que o caracterizam como um jogador que define mal as suas acções. E a verdade é que sou obrigado a dar razão aos seus argumentos.

Como é que alguém pode tomar Paulo Pereira Cristóvão como uma pessoa séria?

paulo cristóvão

Se compararmos esta frase com a que hoje foi proferida pelo próprio neste comunicado – “É unicamente nessa circunstância que publicamente dou resposta aquele empregado do meu clube do coração de há mais de quatro décadas e meia e sempre com quotas pagas, ao contrário do citado azevedo de carvalho.” facilmente depreendemos que a coerência não faz parte da arte da retórica deste assumido e perigoso facho. 

Em que é que ficamos? O Sporting é um clube de “virgens ofendidas” ou é o clube do coração? É que cá na minha ideia, quem ama intensamente um clube, tem dois dedinhos de testa e um palmo de coração para fazer a devida separação entre a Instituição e os dirigentes que por lá passam… Paulo Pereira Cristóvão continua fiel ao seu estilo: uma cavalgadura!

Quem é que é capaz de atestar a veracidade, a idoneidade, a honra e até a dignidade deste senhor:

  • Sabendo que o dito, revestido de legitimidade conferida pelos sócios do clube (pessoas honestas e honradas, que na sua boa fé, durante o acto eleitoral, acreditaram na honestidade do seu carácter e na franqueza e seriedade do projecto defendido pela sua escumalha, projecto que viria a arruinar com o clube desportiva e financeiramente 2 anos mais tarde) manchou irreversivelmente a honra e a dignidade de uma Instituição secular de utilidade pública, histórica e mundialmente famosa (tida como um exemplo a seguir ao nível do respeito pelos mais basilares princípios e valores que norteiam a actividade desportiva) quando auto denunciou a prática de um crime (o suborno de um “árbitro”) que viola de forma grosseira (e dolosa) todos esses princípios e valores.
  • Sabendo que em virtude dos crimes cometidos (foram provados em tribunal dois crimes de peculato, um de acesso ilegítimo e um de denúncia caluniosa) Paulo Pereira Cristóvão foi efectivamente condenado a uma pena suspensa de 4 anos e meio de prisão, acrescida do pagamento de uma indemnização a favor do estado (no fundo, da sociedade) no valor de 40 mil euros, indemnização entretanto reduzida pelo bondoso juiz encarregue do processo para 25 mil.
  • Sabendo que Paulo Pereira Cristóvão instituiu, em benefício próprio, através de uma das suas múltiplas empresas de inteligência e espionagem, uma prática de espionagem junto de vários elementos da estrutura do futebol profissional, prática ilegal que violou reiteradamente e com dolo, alguns dos direitos, liberdades e garantias constitucionalmente garantidos a todos os cidadãos nacionais ou estrangeiros que residam em solo português.
  • Sabendo que Paulo Pereira Cristóvão foi acusado de instituir esse mesmo sistema junto de dirigentes de outros clubes e árbitros para lhes poder sacar informações do seu foro privado, sistema pelo qual terá que pagar uma indeminizaçao de 17500 euros a 35 cidadãos a título de reparação de danos não-patrimoniais por devassa da vida privada.
  • Sabendo que noutro processo actualmente em curso na justiça, Paulo Pereira Cristóvão foi constituído arguido pelo Ministério Público por alegadamente se ter constituído como o cabecilha de um esquema criminoso que visava o assalto à mão armada de residências nos concelhos de Cascais e Sintra.
  • Sabendo que segundo as conclusões a auditoria forense que foi realizada a pedido da actual direcção do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão está directamente indiciado da prática de gestão danosa em vários dossiers.
  • Sabendo que, Paulo Pereira Cristóvão anuiu por escrito a aquisição de três jogadores (Alberto Rodriguez, Jeffren Suárez, Luís Aguiar) sem que estes tenham feito os habituais exames médicos prévios.
  • Sabendo que, Paulo Pereira Cristóvão autorizou, enquanto vice-presidente do clube responsável pela pasta do Património e das Infraestruturas do Clube, a colocação (em pleno corredor de acesso aos balneários do Estádio José de Alvalade) de imagens nas quais se puderam ver cruzes suásticas tatuadas nos braços de membros de um grupo organizado ligado a movimentos de ideologia neo-nazi, movimentos cuja constituição é, desde 1974, expressamente proibida pela Constituição da República Portuguesa. A esse respeito ficam aqui as palavras proferidas por Vicente de Moura no dia em que viu a dita “obra de arte” de cariz político-ideológico:  “Tenho dificuldade em acreditar que as fotografias que me enviou tenham sido colocadas nos corredores de acesso aos balneários onde se equipam os clubes visitantes no estádio do Sporting. O clube sempre pautou a sua conduta pela hospitalidade e confraternização com equipas adversárias, não confundindo a saudável rivalidade desportiva com guerras entre facções de adeptos”
  • Sabendo que, Paulo Pereira Cristóvão, é um antigo inspector da Polícia Judiciária afastado do cargo devido ao facto de ter espancado sem dó nem piedade uma detida preventiva, facto que violou todas as convenções relativas aos Direitos do Homem.
  • Sabendo que, no exercício das suas funções enquanto inspector de uma força de segurança pertencente à coisa pública, paga com o dinheiro de todos nós, Paulo Pereira Cristóvão foi acusado de violação. 
  • Sabendo que, no exercício das mesmas funções no Departamento de Crime Económico Paulo Pereira Cristóvão foi acusado de desvio de dinheiro apreendido numa rusga policial.

Posto isto, volto a perguntar: quem é que acredita numa palavra que saia da boca deste senhor? Quem é que acredita na idoneidade deste cavalheiro? Vou mais longe: como é que, face à quantidade abismal de crimes pelos quais já foi condenado ao longo da vida, este senhor continua a pavonear-se livremente pelas ruas de Lisboa qual justiceiro da moral e dos bons costumes? Como é que este gajo, depois do mal que fez ao clube, ainda tem lata (é preciso realmente ter muita falta de vergonha na cara) de cirandar na Rua Fernando da Fonseca? Como é que um canalha destes, um psicopata puro, ainda não foi preso ou encerrado compulsivamente numa dependência psiquiátrica?

Que sejas abençoado e nos tragas muito sucesso e títulos Pavilhão João Rocha

pavilhão joão rocha

Dentro de meia hora, no Andebol, frente ao Fafe, abrem-se as portas da mais maravilhosa obra de todo o sportinguismo, obra para a qual também pude contribuir na medida das minhas capacidades: o Pavilhão João Rocha. Obra da mais elementar necessidade para um clube que ousa atrever-se a tudo vencer no panorama nacional das modalidades colectivas e quer, fazendo jus às históricas palavras do seu fundador, “ser um dos maiores clubes da Europa”, o Pavilhão João Rocha finalmente termina com um calvário de cerca de 15 anos, calvário que não permitia de forma alguma alavancar as nossas modalidades para um estado de exigência minimamente aceitável. No desporto moderno, o investimento não é o único factor de sucesso. Se o investimento na contratação de bons jogadores e bons treinadores não for acompanhado de investimento na criação de boas infraestruturas e bons equipamentos de treino, nenhum clube atingirá, por muito boa que seja a matéria-prima, o sucesso.

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A hipocrisia de Javier Tebas

javier tebas

Fonte: Mais Futebol. 

A toque de caixa de Josep Maria Bartomeu, dirigente que poderá ter comprometido no caso Neymar a sua sobrevivência na presidência do Barcelona em virtude do vexame popular a que foi exposto no último mês, Javier Tebas, presidente da Liga Espanhola de Futebol continua, a abrir fogo sobre o PSG e sobre o Manchester City. A base argumentativa que é utilizada junto da UEFA pelo principal dirigente de La Liga no que concerne à base que sustenta as sistemáticas violações de ambos os clubes às regras do fairplay financeiro da UEFA é válida (os dois clubes fazem efectivamente concorrência desleal a grande parte dos clubes de europeu visto que são suportados informalmente nos bastidores pelos fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos e Qatar) é muito válida mas soa a alguma hipocrisia se atentarmos ao histórico dos clubes espanhóis na última década e a um caso particular ocorrido no presente verão no futebol espanhol. Continuar a ler “A hipocrisia de Javier Tebas”

É este o espectáculo deprimente que teremos semana após semana?

A situação de pancadaria (da velha) registada em Portimão durante o Portimonense vs Boavista obrigou-me a ter que ir buscar as fresquinhas declarações do presidente da Liga na entrevista concedida pelo presidente da Liga a António Tadeia para o seu novíssimo projecto Bancada.  Continuar a ler “É este o espectáculo deprimente que teremos semana após semana?”

Não queres mais nada, Luís Filipe?

“Impõe-se por isso, que talvez tenha chegado o momento das entidades oficiais, do Estado e do Governo chamarem a si, a procura do encontro de uma solução que permita, que seja uma entidade independente e credível a regulamentar e gerir as principais áreas que requerem independência e autonomia face aos diferentes competidores” – Luís Filipe Vieira – 05\08\2017

Esmiucemos as declarações de Vieira. O que o presidente do Benfica pretende é a criação (através da produção de legislação por parte das instituições competentes pela lei para o efeito) de uma entidade independente, tutelada pelo Estado, capaz de albergar no seu seio os 3 conselhos (Arbitragem, Justiça e Disciplina) que já são controlados pelo Benfica na Federação para, os afastar totalmente da esfera de acção dos rivais e controlar melhor todos os órgãos de decisão. Não basta o clima de impunidade total em que vive o clube encarnado. O seu presidente ainda tem a lata de vir propor um Estado à medida das suas necessidades mais urgentes. Continuar a ler “Não queres mais nada, Luís Filipe?”

Ainda existem dúvidas?

Saúdo a Federação Portuguesa de Futebol! Para além do indispensável arrojo que foi tomado em prol da verdade desportiva no nosso futebol, os responsáveis da Federação tem feito todos os esforços para regulamentar a introdução do videoárbitro e tem manifestado todo o interesse em prestar e explicar toda a informação disponível sobre o assunto. Quem continuar a apostar numa atitude de resistência ou até mesmo de aversão verá, em breve, a sua opinião completamente descredibilizada.

Não tenhamos a mínima dúvida: sem a nova tecnologia, em condições normais, este golo teria sido validado. Teria sido validado com as consequências que todos bem conhecemos para as equipas que os sofrem. Estes são os golos que podem vir a ser decisivos para separar sucesso do fracasso, o primeiro do segundo lugar, a presença numa Liga dos Campeões de uma presença na Liga Europa, a manutenção da despromoção, a opinião positiva sobre o trabalho de determinado treinador da opinião negativa sobre o trabalho do mesmo treinador…

Até onde irá a imoralidade no futebol?

No final de cada mês o ciclo repete-se. O termo calão utilizado ao ver o recibo de vencimento é o mesmo. Os sonhos são cada vez mais limitados porque a corda está esticada até ao limite. A cada dia 27, um mar de dúvidas. Para muitos, o mar de dúvidas começa imediatamente a 10 ou a 15 de cada mês. Há 5\6 ou mais anos que o ciclo repete-se incessantemente, sem tréguas, sem um pouco de paz, sem existir sequer um pingo de esperança no futuro. Enquanto o “fiel depositante” da coisa pública tem de sobreviver com a mísera esmola que é paga pela sua força de trabalho e pela mais-valia que cria para outra(s) entidade(s), sem que por outro lado, possa ver qualquer melhoria significativa nos bens e serviços (pagos, segundo a lógica de contribuinte-utilizador-pagador) “oferecidos” (em teoria) pelo Estado, pela porta ao lado passam, totalmente incólumes, meia dúzia de pastas repletas de dinheiro relativas à transferência de um jogador de futebol.

Que raio de justiça social é esta? O mesmo aparelho burocrático centralizado e estupidificado que nos limpa mensalmente 400 euros à guise de um tal de “contrato social” que não assinámos e com qual, actualmente não concordamos (como foi o caso do valor que me foi subtraído no mês de Julho), que nos obriga a pagar taxas e taxinhas, selos e selinhos, impostos e impostozinhos (até sobre a água que eu bebo; o bem mais precioso da vida humana), que nos obriga a pagar um imposto quando queremos doar um bem a outra pessoa porque não nos faz falta, que nos cobra juros por cada dia de atraso no pagamento (quando o estado se atrasa num pagamento, da boca dos políticos ou dos mais altos responsáveis do aparelho coercivo de impostos só ouvimos desculpas) que é capaz de abocanhar sem piedade todas os presentes oferecidos no dia do nosso casamento, que nos obriga a pagar um imposto por cada cova na terra que abrimos para nos despedirmos dos nossos entes queridos, ignora por completo a ostentação do luxo. Sim, porque contratar um jogador de futebol por 222 milhões de euros deve ser considerado um acto luxuoso imoral se considerarmos as graves carências básicas pelas quais passam milhões de seres humanos!

O PSG ou qualquer outro clube deveria ser obrigado a pagar de imposto adicional sobre o valor desta obscenidade pornográfica, a taxa aplicável ao escalão mais alto do imposto sobre rendimentos de uma pessoa singular daquele país. Só assim poderá a “ditar sociedade” impor a justiça social que se pretende atingir.

Fiquei atónito

“Não nos podemos esquecer é onde a selecção nacional tem preferência jogar” 

“Honestamente não sei nem nunca “sube”. Sei que o Benfica tem sócios organizados. É a única coisa que eu sei, agora claques, nunca “sube” que o Benfica tem claques”

Acabou-se a internet por hoje. O dono da bola quis enganar-nos como se fossemos todos imensamente estúpidos. O analfabeto a quem apelidam de mestre da gestão em virtude do seu “profundo conhecimento” do mundo dos negócios e dos vários processos da negociação, cavalgadura de gente que mal sabe pronunciar determinadas palavras em língua portuguesa, imberbe que não constrói uma frase sem colocar uma inexistente palavra no seu caminho, que diz “ói quase” em vez “ou quase”, exerceu um esforço sincero para nos ludibriar como tivéssemos um O de “otaries” na testa e um P de “parves” desenhado na nossa camisola. Felizmente, nunca comi um gelado com a testa. A tomar pela narrativa apresentada pelo presidente do Benfica, se os jornalistas presentes (os corajosos; nos últimos anos, ninguém tem sido capaz de remexer, com minudência e com seriedade jornalística nas relações entre Vieira e o BES\BPN) lhe perguntassem se deve o capital que deve aos bancos entretanto nacionalizados com o produto do nosso suor, Vieira ainda seria capaz de responder que “jamais teve negócios com os bancos em questão”.

O homem das mil caras, agente que fala por intermédio de mil rostos, não pode porém escapar à era da Internet. Nos dias que correm é preciso ser muito burro para se dizer algo que possa ser facilmente contestado com recurso à imagem e\ou ao áudio. Repito: Muito burro.

Como é que o presidente do Benfica se vai safar desta? Existem ou não existem claques organizadas organizadas dentro do Benfica? A direcção encarnada apoia ou não apoia as claques organizadas? A direcção encarnada financia ou não financia as claques organizadas? Ou terá sido este um angustiante momento de esquizofrenia do seu treinador?

Incongruências

Adenda prévia para situar os leitores: eu não concordei com grande parte dos pontos do artigo de Nicolau Santos. O facto de não ter concordado com grande parte das ilações tomadas pelo sub-director do Expresso no seu mais recente artigo sobre o Sporting, não me dá o direito de o censurar, de o limitar ou de o encaminhar para a escrita da opinião que quero ler. A reflexão e o pensamento, desde que trilhado segundo uma lógica de racionalidade, é, indiferentemente da concordância ou não concordância em relação aos argumentos construídos e expressados, um exercício que deveria ser praticado por todos.

Nuno Saraiva não acrescentou nada à comunicação do Sporting desde o momento em que foi convidado pelo presidente para assumir tão espinhoso departamento do clube. Saraiva é, e esse facto veio a acentuar-se ainda mais quando o presidente decidiu abandonar as redes sociais, um veículo de transmissão do pensamento do presidente. Uma espécie de marionete que Bruno de Carvalho usa e abusa para poder emitir opinião sem ser queimado vivo em praça pública e sem ser sancionado nos órgãos competentes. A um assessor ou director de comunicação não se pede, por ofício, o mister de alinhar sistematicamente pelo diapasão do pensamento do presidente. Se todos os clubes funcionassem nos mesmos moldes em que funciona actualmente o Sporting, estou certo que não precisariam de pagar mais um salário a um agente: os presidentes assumiriam simplesmente a função. A um director de comunicação compete acima de tudo gerir os momentos de comunicação dos agentes do clube – quem fala, como fala, quando fala, com quem fala, com que tom de voz e com que argumentos ou justificações. O que vemos no Sporting é total inversão desse modus operandi: toda a gente fala (o presidente é o que mais fala, nos momentos mais despropositados com os argumentos mais despropositados e com tom mais despropositado em cada momento; prejudicando na maior parte das vezes o clube), o director de comunicação deixa que toda a gente fale à vontade, e em vez de colocar alguma água na fervura, também ele serve de veículo à produção de declarações.

Segundo Saraiva, “o presidente” (Saraiva jamais fala na primeira pessoa, limitando-se a dactilografar aquilo que o presidente lhe vai ditando) “jamais coloca em causa a legitimidade ou o direito à crítica” e “não persegue o pensamento divergente”, que deve ser apresentado e “produzido nos locais próprios”, ou seja, nas Assembleias Gerais do clube. O presidente, pessoa que tanto utiliza os direitos, liberdades e garantias plasmados na Constituição da República Portuguesa para salvaguardar o seu direito à liberdade de expressão e opinião, quer que todos os sócios e os adeptos não se possam expressar livremente da forma que mais lhes aprouver e sejam obrigados a produzir as suas críticas nos sítios onde habitualmente só vão aqueles que são apaniguados do regime. Sim. As Assembleias Gerais do Sporting são quase exclusivamente frequentadas por meia dúzia de apaniguados do regime ou por um bando de “reformados sonecas” que papam toda a informação que lhes é transmitida. Só assim se explicam por exemplo, as eleições de Dias da Cunha, Filipe Soares Franco, José Eduardo Bettencourt ou do diabólico Godinho Lopes.

Por outro lado, se o “pensamento divergente” não é perseguido, não vejo portanto a necessidade de “vir tantas vezes a terreiro” responder ao autor da divergência. Nem vejo qualquer necessidade de, no acto de resposta, tentar encaminhar o divergente para os locais ditos “adequados” para a produção de crítica. Há portanto aqui uma enorme incongruência. Se o presidente lidasse bem com a crítica, não teria de vir tantas vezes a público responder à crítica. Quando uma crítica é má, costuma-se dizer que os “cães ladram mas a caravana passa” – no Sporting, todos os “cães” são merecedores de uma resposta. A caravana não passa disso mesmo: refém de todos os “cães” que “publicam opinião sem o efeito de apoucar os dirigentes, treinadores e atletas”.

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