Vuelta – 21ª etapa – Matteo Trentin dá a 6ª vitória à Quickstep na prova, no dia de consagração de Froome e de homenagem a Alberto Contador

Seria difícil à partida para qualquer equipa conquistar este sprint à Quickstep. Para além de ser actualmente a equipa mais bem apetrechada de corredores para a disputa ao sprint e a mais organizada na preparação para a ponta final de qualquer etapa, a jogar a favor da vitória de Matteo Trentin estava ainda a possibilidade do italiano poder vir a subir ao pódio para receber da organização a merecida camisola verde se o italiano pudesse somar os 29 pontos máximos em disputa (4 do sprint intermédio mais os 25 relativos à vitória de etapa) desde que Christopher Froome não somasse mais de 3 pontos na etapa.

O italiano e a sua equipa prepararam muito bem o seu guião, dispuseram-se com avidez na frente para anular qualquer surpresa que pudesse surgir de um ou outro ciclista mais atrevido (Rui Costa e Alessandro DeMarchi bem tentaram resistir na frente nas voltas finais do habitual circuito desenhado pela organização no centro de Madrid), abandonando a frente temporariamente quando controlaram a fuga para guardar algumas energias para o acto de lançamento (foi aí que outras equipas como a Bahrain, a Bora e a Cannondale demonstraram as suas pretensões à etapa) mas tiveram na ponta final um pequeno percalço que seguramente não esperavam. Bem posicionado na dianteira do pelotão, Chris Froome não abdicou do seu direito real à camisola verde. O 11º lugar na etapa deu-lhe os pontos necessários (5) para juntar à entrega da encarnada e da branca (prémio combinado) a vitória na classificação dos pontos, categoria que dividiu em tomos iguais ao longo da prova com o lançador de Marcel Kittel.

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Vuelta – 19ª etapa – Prémio de temporada merecido para Thomas De Gendt

Thomas De Gendt. Para muitos, o nome deste belga de 30 anos nada diz. Para os amantes de ciclismo, é sinónimo de muita qualidade e acima de tudo de muita entrega à modalidade. Especialista na arte de expor a cara ao vento dia após dia, “morto na praia” tantas vezes naquelas dolorosas epopeias de dezenas de quilómetros que terminam a poucos metros da meta, em solitário ou com companhia, o belga é actualmente um dos melhores especialistas em fugas. O seu currículo fala pelo seu talento. Se exceptuarmos aquele maravilhoso (mas irrepetível) 3º lugar na geral da edição de 2012 do Giro, prova na qual o belga esteve a um pequeno passo de conquistar (haveria de ser conquistado pelo canadiano Ryder Hesjedal, ciclista entretanto retirado do ciclismo profissional desde o final da temporada de 2016), De Gent tem um palmarés (vitórias em etapas em provas como o GP de Waregem, Volta à Valónia, Volta a Navarra, Paris-Nice, Volta à Suíça, Giro d´Italia, Volta à Catalunha, Tour de France, Criterium Dauphiné e agora na Vuelta) invejável construído praticamente à base de escapadas e surpreendentes ataques nos quilómetros finais das etapas.

Esta vitória não foi excepção. Inserido numa fuga de várias unidades, onde circulou o nosso Rui Costa (já lá vamos), o belga foi o mais rápido no sprint realizado em Gijón.

Na geral, a Sky manteve tudo em pratos limpos no dia que antecede o “final virtual” da prova no Alto do Angliru, num dia em que Alberto Contador voltou a atacar. Continuar a ler “Vuelta – 19ª etapa – Prémio de temporada merecido para Thomas De Gendt”

Vuelta – 18ª etapa – Sander Armée dá o terceira vitória em etapa à Lotto-Soudal; Froome volta a mostrar à concorrência quem manda

A melhor defesa é o ataque. Assim o provaram, em dois momentos completamente distintos Sander Armée e Christopher Froome. Se o primeiro, conseguiu, finalmente, à 6ª tentativa de fuga na prova, almejar o objectivo pelo qual já vinha a trabalhar desde o seu início (a vitória numa etapa; depois das duas de Marczynski, a Lotto-Soudal inscreveu mais uma vez o seu nome na lista dos vencedores de etapas da prova) com um ataque na rampa mais acentuada da “colina” para  Santo Toribio de Liébana, o segundo, apagou o mau desempenho na etapa de ontem, ganhou tempo aos perseguidores directos e acima de qualquer proveito na geral, enviou quer a Nibali, quer a Kelderman uma mensagem de força muito precisa para a etapa de sábado: “eu não estou morto. Não queiram fazer de mim o bobo no Angliru porque eu irei estar lá para provar que sou o melhor desta Vuelta” Continuar a ler “Vuelta – 18ª etapa – Sander Armée dá o terceira vitória em etapa à Lotto-Soudal; Froome volta a mostrar à concorrência quem manda”

Vuelta – 17ª etapa – Stefan Denifl deu a vitória da época à Aqua Blue Sport, no primeiro dia em que Christopher Froome revelou uma quebra física

Obra do multimilionário irlandês Rick Delaney, visionário empresarial irlandês nascido em Cork que tem feito a sua fortuna ao longo da última década na fabricação e distribuição de um conjunto de bebidas alcoólicas vendidas mundialmente como a Royal Dutch lager, Kah Tequila,ou a Oranjeboom, a equipa Aqua Blue Sports nasceu, no ano passado, com a vontade de ligar o útil (a vertente empresarial de Delaney) ao agradável, ou seja, a uma das grandes paixões do empresário; o ciclismo. Com um investimento total a rondar os 4 milhões de euros por temporada (500 mil recolhidos sob a modalidade de crowdfunding; segundo uma das mais recentes entrevistas feitas pelo Irish Examiner ao empresário, a empresa estima que o ciclismo possa garantir um retorno três vezes superior ao investimento nos próximos 2 anos) e um patrocínio garantido para 2 anos pela fabricante de bicicletas belga Ridley, Delaney não veio para o ciclismo “para ver a volta”. Logo no acto de abertura, o empresário irlandês confirmou que tendo estabelecido o projecto para esta e para as próximas 3 temporadas, todos os ciclistas contratados teriam que assinar contratos para as duas primeiras temporadas. O objectivo estabelecido pelo empresário passa por conseguir subir ao World Tour nas próximas 4 temporadas. Continuar a ler “Vuelta – 17ª etapa – Stefan Denifl deu a vitória da época à Aqua Blue Sport, no primeiro dia em que Christopher Froome revelou uma quebra física”

Vuelta – 16ª etapa – Meia botija de propano de Froome chegou para Froome ampliar a sua vantagem para toda a concorrência

Conforto. Comodidade. Controlo. No trajecto de 40 km realizado entre o Circuito de Navarra (Los Arcos) até Logroño (La Rioja), o ciclista britânico não cumpriu, na minha opinião, nem de perto nem de longe, o seu melhor desempenho da carreira na especialidade. No entanto, Froome conseguiu neste crono “o melhor de 3 mundos” – ganhou tempo considerável a toda a concorrência, facto que lhe permitiu duplicar a sua vantagem para o 2º classificado Vincenzo Nibali, fez uma gestão correcta das suas energias, e precaveu-se da possibilidade de vir a ter um dia mau na montanha dos próximos dias. A vantagem cavada para Nibali (1,58m) e para Kelderman (2:40m) será muito difícil de recuperar nas próximas etapas por parte destes dois ciclistas. Posso até afirmar que só vejo uma possibilidade para ambos: Froome terá que colapsar no Angliru. Continuar a ler “Vuelta – 16ª etapa – Meia botija de propano de Froome chegou para Froome ampliar a sua vantagem para toda a concorrência”

Vuelta – 13ª etapa – Em Tomares, nos arredores de Sevilla, tomara a muitos ter esta organização da Quickstep

Já não existem adjectivos para descrever a prestação da formação belga (líder do ranking da UCI) durante a temporada de 2017: as vitórias caem estrondosamente no seu bolso como a água numa catarata. A Quickstep já é desde há muitos anos um projecto vencedor mas a verdade é que durante o presente ano ainda o está a ser mais vencedor. No Giro, os belgas venceram 4 etapas ao sprint com o colombiano Fernando Gavíria e 1 por intermédio de Bob Jungels. No Tour, Marcel Kittel limpou 5 etapas. Na Vuelta, Matteo Trentin, o lançador do alemão ganhou 3, Julian Alaphillippe ganhou outra e Yves Lampaert também já sentiu a emoção de subir ao pódio no final de uma etapa. Quando até a 3ª escolha (ainda tem uma 4ª: Maximiliano Richeze) para os sprints limpa 3 etapas numa Grande Volta, o que é que poderemos acrescentar ao formidável rendimento desta equipa?

Ao todo, a equipa que representa um dos maiores fabricantes mundiais de pavimentos laminados já conquistou 56 vitórias repartidas entre 2 vitórias em classificações gerais individuais, 10 prémios categorizados, e 44 etapas\provas de um dia. Nas 53 etapas corridas nas 3 grandes voltas até ao dia de ontem, a formação comandada por Patrick Lefévère conquistou um total de 15 etapas. Na esmagadora maioria das vitórias, há um denominador comum que explica grande parte do sucesso: a organização que esta equipa demonstra nas chegadas ao sprint. A vitória conquistada na 13ª etapa da Vuelta, não foi excepção.  Continuar a ler “Vuelta – 13ª etapa – Em Tomares, nos arredores de Sevilla, tomara a muitos ter esta organização da Quickstep”

Vuelta – Etapa 12 – Tomasz Marczinski bisa na chegada a Los Dólmenes; Alberto Contador volta a dar espectáculo na montanha

Vuelta 2. World Tour 0. Se porventura dissessem, no início da prova, a Tomasz Marczynski que ele iria vencer duas etapas na dita, o polaco seria capaz de responder com uma tirada irónica. Qualquer ciclista com o potencial do polaco (3 vezes campeão nacional de estrada polaco; um palmarés com algumas vitórias, mas, quase todas em provas de menor importância e menor categorização) acredita que, num dia bom, pode conquistar uma vitória numa fuga, mas, daí até achar que iria vencer com imensa categoria duas etapas numa grande prova, vai um longo passo. Até à semana passada, o ciclista polaco nunca tinha conquistado qualquer etapa numa prova de World Tour. No espaço de duas semanas, conquistou 2 numa das maiores provas do calendário da categoria máxima.

Embalado pelo triunfo na semana passada, o ciclista polaco galvanizou-se quando acreditou que poderia surpreender todos os trepadores que consigo se encontravam no momento do ataque na 2ª categoria do Alto del Torcal.

Os grandes momentos do dia haveriam de ser protagonizados por dois homens: com um ousado ataque na subida para o Alto del Torcal, Alberto Contador voltou a ousar desafiar a liderança de Froome e os lugares dos 9 homens que se encontram à sua frente na geral, no dia em que Froome teve dois percalços que o levaram a perder alguns segundos para os mais directos rivais.  Continuar a ler “Vuelta – Etapa 12 – Tomasz Marczinski bisa na chegada a Los Dólmenes; Alberto Contador volta a dar espectáculo na montanha”

Vuelta a Espanha – 11ª Etapa – “Superman” Miguel Angel López vence no Observatório de Calar Alto; Chris Froome volta a defender a liderança

Com o seu dedo indicador bem erguido para o céu e consciente do que tinha acabado de fazer frente aos melhores desta Vuelta, Miguel Angel Lopez validou, na subida ao Observatório de Calar Alto, todo o potencial que lhe atribuem para o futuro. O colombiano nascido há 23 anos em Pesca, cidade da histórica região de Boyacá, casa de grandes trepadores responsável pela formação de uma generosa fatia dos grandes talentos dos “escarabajos” (Nairo Quintana, Winner Anacona, Edward Beltran, Fabio Parra, Ivan Parra, Dayer Quintana, Daniel Rincón e Maurício Soler) confirmou no Alto do Observatório de Calar Alto a razão que leva muitos analistas a apontá-lo com um dos mais promissores nomes a ter em conta para as grandes voltas do futuro. Depois de ter conquistado as gerais individuais de provas como a Volta à Suiça ou o Tour de L´Avenir (Volta à França do Futuro) e de ter conquistado também importantíssimas vitórias na Volta à Colômbia (1 etapa e a geral para sub-23), Vuelta a Burgos (3 etapas e a classificação da Juventude em 2015), na Clássica Milão – Turim, e na Ruta de San Luís (1 vitória de etapa e Prémio da Juventude), o colombiano pode juntar ao seu currículo uma fantástica vitória alcançada numa etapa de montanha da Vuelta, sem ter necessitado, para o efeito, de sair numa fuga.  Continuar a ler “Vuelta a Espanha – 11ª Etapa – “Superman” Miguel Angel López vence no Observatório de Calar Alto; Chris Froome volta a defender a liderança”

Vuelta – 3ª etapa – Vincenzo Nibali vence na primeira grande selecção de candidatos

No principado de Andorra, à 3ª etapa, as contas saíram furadas a Christopher Froome, apesar do ciclista britânico ter ascendido à liderança da geral. Sinto-me um bocado frustrado por não ter escrito no primeiro post de antevisão um pressentimento que tive quando pude avaliar pela primeira vez o seu perfil: era óbvia a possibilidade do inglês vir a atacar a subida para o Alto De La Cornella para começar a “desenrolar” a clássica estratégia de domínio da Sky. Com uma etapa tão dura logo no 3º dia, a presença da Sky na frente da corrida nos seus momentos decisivos (a ascensão a La Rabassa, a ascensão ao alto de Cornellá) acusava uma estratégia tão clara como a água: o inglês iria atacar na subida final para tentar cumprir 2 objectivos: chegar à liderança da prova, de preferência com alguma vantagem (pelo menos 30 segundos) para os seus principais adversários para poder colocar a sua equipa na frente a controlar a corrida.

Os planos do ciclista inglês (e da formação britânica) acabaram por ser contrariados por 6 homens. A saber:

  • Esteban Chavez, no momento em que o inglês lançou um ataque mortífero.
  • Romain Bardet e Fabio Aru – ambos decidiram não ir ao choque quando o inglês atacou, preferindo aproveitar a descida para recolar.
  • Tejay Van Garderen e Nicholas Roche – Se os 2 BMC não tivessem executado um excelente trabalho na descida, Vincenzo Nibali não teria chegado à frente em condições de disputar a vitória na etapa.
  • Vincenzo Nibali – o italiano valeu-se do facto de ser o melhor finalizador de todos os ciclistas no grupo para voltar a ganhar tempo a todos os rivais.

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Tour de France – Stage 14 – O potente Michael Matthews; Em Rodez, a camisola amarela voltou ao corpo de Chris Froome

Phillip Gilbert entrou extraordinariamente bem no lançado. O belga conseguiu engajar-se muito bem na tentativa de lançamento que o seu compatriota, o actual campeão belga, Oliver Naesen (AG2R) tentou realizar para Romain Bardet e Jan Bakelants. Contudo, os esforços do icónico ciclista da Quickstep acabaram por ser algo precipitados. O belga lançou muito cedo o sprint, sendo verdadeiramente “comido de cebolada” nos metros finais pelo seu compatriota Greg Van Avermaet e por Michael Matthews, ciclistas que conseguiram seguir na sua roda. 

Ao 14º dia, Michael Matthews pode finalmente saborear novamente o paladar da vitória no Tour! A difícil chegada (em ligeira ascensão) a Rodez era à partida uma das etapas onde o explosivo ciclista australiano da Sunweb poderia fazer a diferença visto que Matthews é, em conjunto com outros ciclistas como Peter Sagan, Greg Van Avermaet, Alejandro Valverde, Philip Gilbert, Michal Kwiatkowski, Rui Costa, Vincenzo Nibali ou Enrico Gasparotto, um dos ciclistas que mais ATP consegue sintetizar neste tipo particular de chegadas, gerando por conseguinte a energia necessária para poder aplicar imensa potência no seu sprint.

Sem a presença de Marcel Kittel no sprint final (a chegada era completamente antagónica às suas características; a probabilidade do alemão chegar aos metros finais em condições de disputar a etapa eram diminutas; acabou por sucumbir a cerca de 40 km da meta devido ao imenso vento lateral que se fez sentir na última hora de corrida) no sprint final (a etapa veio a revelar-se mais complicada do que inicialmente aparentava) o australiano pode garantir a 2ª vitória consecutiva de etapa para a sua equipa ao bater Greg Van Avermaet e Edvald Boasson Hagen nos metros finais. A Sunweb atingiu a plenitude dos objectivos traçados para a prova francesa. Matthews conquistou hoje a sua 2ª vitória da carreira na Grand Boucle.

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