Vuelta – 21ª etapa – Matteo Trentin dá a 6ª vitória à Quickstep na prova, no dia de consagração de Froome e de homenagem a Alberto Contador

Seria difícil à partida para qualquer equipa conquistar este sprint à Quickstep. Para além de ser actualmente a equipa mais bem apetrechada de corredores para a disputa ao sprint e a mais organizada na preparação para a ponta final de qualquer etapa, a jogar a favor da vitória de Matteo Trentin estava ainda a possibilidade do italiano poder vir a subir ao pódio para receber da organização a merecida camisola verde se o italiano pudesse somar os 29 pontos máximos em disputa (4 do sprint intermédio mais os 25 relativos à vitória de etapa) desde que Christopher Froome não somasse mais de 3 pontos na etapa.

O italiano e a sua equipa prepararam muito bem o seu guião, dispuseram-se com avidez na frente para anular qualquer surpresa que pudesse surgir de um ou outro ciclista mais atrevido (Rui Costa e Alessandro DeMarchi bem tentaram resistir na frente nas voltas finais do habitual circuito desenhado pela organização no centro de Madrid), abandonando a frente temporariamente quando controlaram a fuga para guardar algumas energias para o acto de lançamento (foi aí que outras equipas como a Bahrain, a Bora e a Cannondale demonstraram as suas pretensões à etapa) mas tiveram na ponta final um pequeno percalço que seguramente não esperavam. Bem posicionado na dianteira do pelotão, Chris Froome não abdicou do seu direito real à camisola verde. O 11º lugar na etapa deu-lhe os pontos necessários (5) para juntar à entrega da encarnada e da branca (prémio combinado) a vitória na classificação dos pontos, categoria que dividiu em tomos iguais ao longo da prova com o lançador de Marcel Kittel.

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Vuelta – 17ª etapa – Stefan Denifl deu a vitória da época à Aqua Blue Sport, no primeiro dia em que Christopher Froome revelou uma quebra física

Obra do multimilionário irlandês Rick Delaney, visionário empresarial irlandês nascido em Cork que tem feito a sua fortuna ao longo da última década na fabricação e distribuição de um conjunto de bebidas alcoólicas vendidas mundialmente como a Royal Dutch lager, Kah Tequila,ou a Oranjeboom, a equipa Aqua Blue Sports nasceu, no ano passado, com a vontade de ligar o útil (a vertente empresarial de Delaney) ao agradável, ou seja, a uma das grandes paixões do empresário; o ciclismo. Com um investimento total a rondar os 4 milhões de euros por temporada (500 mil recolhidos sob a modalidade de crowdfunding; segundo uma das mais recentes entrevistas feitas pelo Irish Examiner ao empresário, a empresa estima que o ciclismo possa garantir um retorno três vezes superior ao investimento nos próximos 2 anos) e um patrocínio garantido para 2 anos pela fabricante de bicicletas belga Ridley, Delaney não veio para o ciclismo “para ver a volta”. Logo no acto de abertura, o empresário irlandês confirmou que tendo estabelecido o projecto para esta e para as próximas 3 temporadas, todos os ciclistas contratados teriam que assinar contratos para as duas primeiras temporadas. O objectivo estabelecido pelo empresário passa por conseguir subir ao World Tour nas próximas 4 temporadas. Continuar a ler “Vuelta – 17ª etapa – Stefan Denifl deu a vitória da época à Aqua Blue Sport, no primeiro dia em que Christopher Froome revelou uma quebra física”

Vuelta – 13ª etapa – Em Tomares, nos arredores de Sevilla, tomara a muitos ter esta organização da Quickstep

Já não existem adjectivos para descrever a prestação da formação belga (líder do ranking da UCI) durante a temporada de 2017: as vitórias caem estrondosamente no seu bolso como a água numa catarata. A Quickstep já é desde há muitos anos um projecto vencedor mas a verdade é que durante o presente ano ainda o está a ser mais vencedor. No Giro, os belgas venceram 4 etapas ao sprint com o colombiano Fernando Gavíria e 1 por intermédio de Bob Jungels. No Tour, Marcel Kittel limpou 5 etapas. Na Vuelta, Matteo Trentin, o lançador do alemão ganhou 3, Julian Alaphillippe ganhou outra e Yves Lampaert também já sentiu a emoção de subir ao pódio no final de uma etapa. Quando até a 3ª escolha (ainda tem uma 4ª: Maximiliano Richeze) para os sprints limpa 3 etapas numa Grande Volta, o que é que poderemos acrescentar ao formidável rendimento desta equipa?

Ao todo, a equipa que representa um dos maiores fabricantes mundiais de pavimentos laminados já conquistou 56 vitórias repartidas entre 2 vitórias em classificações gerais individuais, 10 prémios categorizados, e 44 etapas\provas de um dia. Nas 53 etapas corridas nas 3 grandes voltas até ao dia de ontem, a formação comandada por Patrick Lefévère conquistou um total de 15 etapas. Na esmagadora maioria das vitórias, há um denominador comum que explica grande parte do sucesso: a organização que esta equipa demonstra nas chegadas ao sprint. A vitória conquistada na 13ª etapa da Vuelta, não foi excepção.  Continuar a ler “Vuelta – 13ª etapa – Em Tomares, nos arredores de Sevilla, tomara a muitos ter esta organização da Quickstep”

Vuelta – 9ª etapa – Froome voltou a ser rei e senhor desta Vuelta no Alto de Puig de Llorença

Intratável. Obstinado. Confiante. Dominador. No Alto de Puig de Llorença, ascensão que abrilhantou o final da 9ª etapa (a última antes do primeiro dia de descanso, cumprido durante esta segunda-feira) o grande patrão do ciclismo mundial voltou a demonstrar quem é que manda nesta Volta à Espanha.

Eu não sou nem nunca fui grande fã de Froome, antes pelo contrário, sempre o odiei e nunca percebi como é que um ciclista semi-desconhecido que nada tinha feito de positivo na sua carreira até aos 25 anos, conseguiu de um momento para o outro, conquistar um 2º lugar na geral de uma prova de 3 semanas (Vuelta de 2010; o melhor resultado até então obtido numa grande volta tinha sido um modesto 36º lugar no Giro no ano anterior) e partir desse resultado para um verdadeiro ciclo de dominação sobre toda a sua geração. Confesso também que ao longo dos últimos anos fui um dos questionou seriamente (quando pude ver o ciclista a limpar etapas no Tour com uma cadência monstruosa) a “limpidez das suas prestações” – tive momentos em que pude ver nas suas prestações alguns lugares-comuns ao rendimento outrora demonstrado por Lance Armstrong no Tour. A cadência imprimida pelo inglês nos ataques que lhe deram as primeiras vitórias no Tour assim o faziam suspeitar. O rendimento do corredor da Sky não era de todo normal. Nesta Vuelta, o ciclista britânico voltou “às suas origens”, ou seja, a uma estratégia em que o ataque é a melhor defesa. Parece-me claro que esta estratégia se deve sobretudo ao facto do inglês não ter uma equipa tão pujante a acompanhá-lo, ou, melhor, uma equipa tão pujante quanto aquela que o acompanha no Tour. No entanto, os ataques realizados nas explosivas rampas que a prova espanhola tem oferecido nesta primeira metade, indiciam que, mesmo apesar de não se encontrar ao mesmo nível de forma em que se encontrava no Tour, sempre que ataca, Froome é melhor que toda a concorrência e não é, tão expansivo e tão denunciado quanto foi no passado Lance Armstrong. Continuar a ler “Vuelta – 9ª etapa – Froome voltou a ser rei e senhor desta Vuelta no Alto de Puig de Llorença”

Vuelta – 5ª etapa – Alexei Lutsenko reforçou o seu estatuto no alto de Alcossebre

“É uma grande vitória para a minha carreira” – destacou à chegada o jovem casaque de 23 anos. Não duvido nem discordo da afirmação porque o palmarés exibido pelo atleta assim o afirma. Não quero com isto dizer que o palmarés de Lutsenko seja um palmarés pobre em vitórias porque de facto não o é. Um ciclista de 24 anos (grande parte dos ciclistas atinge a sua “maioridade competitiva” aos 26 anos) que já venceu etapas em provas tão competitivas como o Paris-Nice, a Volta à Suíça, o Tour de L´Avenir (Volta à França do Futuro), o montanhoso Giro Valle D´Aosta, e que já atingiu pódios nas gerais individuais de outras como os 3 dias de Panne (prova de preparação para o Tour de Flandres) tem de possuir alguma qualidade.

À partida para esta Vuelta, eu sabia no meu íntimo que o combativo e possante corredor da Astana poderia ter uma multiplicidade de oportunidades para continuar a afirmar-se como um dos mais interessantes corredores da nova geração do ciclismo mundial. Não esperava porém que o ciclista o conseguisse fazer no seio de um grupo onde “morava” tanta qualidade. Não sendo um trepador puro (tem potencial para vir a melhorar visto que é um ciclista muito combativo e muito possante que se adapta bem a qualquer tipo de terreno, sem esquecer também a sua fisionomia de 1,75m\68 kg; se perder algum peso, o ciclista casaque poderá melhorar o seu rendimento na montanha) Lutsenko “tem muito” do seu compatriota e director desportivo Alexandre Vinokourov. Uma das características “partilhadas” por ambos é a coragem para atacar sem temer qualquer consequência que possa derivar dos seus ataques. À semelhança de Vino, Lutsenko também é um ciclista que não se enrodilha em questões tácticas ou energéticas quando tem que lançar um ataque: vai e pronto.

Na chegada à difícil rampa de Alcossebre (Alto da Ermita de Santa Lúcia; 3,4 km a 10%) o atleta casaque da Astana concretizou uma vitória construída num audaz ataque realizado na companhia de 2 mais ciclistas nas contagens de montanha anteriores à final, fintando por completo outros nomes que pareciam à partida mais talhados para discutir a vitória na rampa final.

No que concerne à geral, na subida final, Chris Froome pode fazer mais uma pequena selecção na “sua corrida particular”.

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Vuelta – 3ª etapa – Vincenzo Nibali vence na primeira grande selecção de candidatos

No principado de Andorra, à 3ª etapa, as contas saíram furadas a Christopher Froome, apesar do ciclista britânico ter ascendido à liderança da geral. Sinto-me um bocado frustrado por não ter escrito no primeiro post de antevisão um pressentimento que tive quando pude avaliar pela primeira vez o seu perfil: era óbvia a possibilidade do inglês vir a atacar a subida para o Alto De La Cornella para começar a “desenrolar” a clássica estratégia de domínio da Sky. Com uma etapa tão dura logo no 3º dia, a presença da Sky na frente da corrida nos seus momentos decisivos (a ascensão a La Rabassa, a ascensão ao alto de Cornellá) acusava uma estratégia tão clara como a água: o inglês iria atacar na subida final para tentar cumprir 2 objectivos: chegar à liderança da prova, de preferência com alguma vantagem (pelo menos 30 segundos) para os seus principais adversários para poder colocar a sua equipa na frente a controlar a corrida.

Os planos do ciclista inglês (e da formação britânica) acabaram por ser contrariados por 6 homens. A saber:

  • Esteban Chavez, no momento em que o inglês lançou um ataque mortífero.
  • Romain Bardet e Fabio Aru – ambos decidiram não ir ao choque quando o inglês atacou, preferindo aproveitar a descida para recolar.
  • Tejay Van Garderen e Nicholas Roche – Se os 2 BMC não tivessem executado um excelente trabalho na descida, Vincenzo Nibali não teria chegado à frente em condições de disputar a vitória na etapa.
  • Vincenzo Nibali – o italiano valeu-se do facto de ser o melhor finalizador de todos os ciclistas no grupo para voltar a ganhar tempo a todos os rivais.

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Michal Kwiat “Supersonic” Kowski vence a explosiva Clássica de San Sebastian

Explosiva. Táctica. Demasiado táctica. Incisiva. A edição deste ano da mítica Clássica de San Sebastian voltou a oferecer-nos ciclismo no seu seu estado puro: explosivo, emotivo, pensado ao pormenor e ofensivo. Na chegada a San Sebastian, o polaco Michal Kwiatkowski, ciclista que se tornou campeão do mundo em 2014 em solo espanhol (mais concretamente na lindíssima região de Ponferrada) juntou a vitória na clássica mais emblemática que é disputada aqui no país vizinho ao seu extenso currículo neste departamento de provas. A Sky mereceu mereceu por inteiro a vitória conquistada ao sprint pelo all-arounder polaco. Com uma abordagem extremamente ofensiva (e causadora de imenso desgaste nos rivais) nos últimos 30 km, a formação britânica foi aquela que mais esforços realizou para poder festejar a vitória no final dos inclinados e expressivos 230 km de corrida. Num final disputado ao sprint em grupo reduzido, Kwiat fez prevalecer a sua superioridade ao nível da finalização de etapas para bater a gigante concorrência que se formou nos últimos 10 km da prova. Continuar a ler “Michal Kwiat “Supersonic” Kowski vence a explosiva Clássica de San Sebastian”

Tour de France – Etapa 5 – Aru aviou por completo as meninas bonitas!

O bombástico ataque realizado pelo italiano a 2,2 km do alto da Planche des Belles Filles merece mais do que um ousado título pornográfico para este post. A pornografia exibida na monumental cadência com que o italiano atacou a meta, merecia ser exibida na primeira página do Brazzers.com, ainda para mais se atendermos ao contexto de extrema dificuldade (para lançar um ataque) que a máquina de guerra da Sky colocou nos 5,8 km finais da árdua subida para o local de chegada da 5ª etapa. O italiano foi simplesmente sensacional! Fábio Aru subiu na bolsa de apostas. Se no final do Criterium Dauphiné afirmei de viva voz aqui neste blog que tanto o italiano como o seu colega Jakob Fuglsang (vencedor da geral individual do Criterium) seriam as principais ameaças com que Porte e Froome teriam que lidar no Tour devido ao excepcional momento de forma apresentado, no final da etapa de hoje acredito piamente que o italiano poderá conseguir vencer este Tour com as diferenças que será passível de realizar na alta montanha da prova.

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Tour de France – Etapas 1 e 2 – Geraint Thomas vence o crono de abertura com alguma surpresa; Marcel Kittel arrecada a vitória na chegada a Liège

A 104ª edição do Tour de França arrancou oficialmente para a estrada durante a tarde de ontem em Dusseldorf. Naquela cidade alemã, os 180 ciclistas em prova puderam cumprir, numa complicada secção de luta contra o relógio, os primeiros 14 dos 3540 km designados para a prova pela Amaury Sports Organization (ASO). Perante condições atmosféricas muito difíceis que obrigaram os ciclistas à adopção de posturas de corrida muito cautelosas, especialmente nas múltiplas viragens que o perfil de etapa oferecia, o galês Geraint Thomas (Sky) venceu com alguma surpresa (quando toda a gente previa a mais que provável vitória do campeão do mundo Tony Martin) o primeiro contra-relógio dos dois previstos para as 21 etapas, no dia que ficou marcado pela aparatosa queda que retirou Alejandre Valverde de combate. O espanhol acabou por sofrer uma queda muito aparatosa numa viragem. A prova ficou assim sem um dos seus principais agitadores.

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Volta à Suíça – Etapa 6 – Pozzo confirma o seu actual momento de forma na intempérie de La Punt

Com um fantástico ataque nos km´s finais da extensa e exigente subida para a estância de ski de La Punt, o italiano da AG2R pode obter a diferença que lhe permitiu conquistar a vitória na 6ª etapa da prova suíça e chegar à liderança da prova. Numa etapa de montanha que voltou a ser marcada por vários ataques e contra-ataques dos contenders, Rui Costa conseguiu realizar uma extraordinária corrida que lhe permitiu coleccionar mais um 2º lugar na presente temporada. Não obstante o facto de ter falhado novamente a vitória de etapa, o português pode angariar alguns segundos preciosos em relação aos rivais que lhe permitiram reentrar na luta pela vitória final.

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