A imagem do dia

Por um milímetro se ganha, por um milímetro se perde. Eis a nano distância que transformou o norueguês Alexander Kristoff  no novo campeão europeu de estrada (sucedendo a Peter Sagan) e que penalizou o enorme trabalho que foi desenvolvido pela selecção italiana para levar o seu sprinter Elia Viviani (Team Sky) à vitória na alucinante viagem que meia europa realizou no traçado desenhado pela UEC (Union Européene de Cyclisme) na fascinante região de Herning, Dinamarca.

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Tour de France – 19ª etapa – Edvald Boasson Hagen salvou a participação da Dimension Data na chegada a Salon-En-Provence

A volta queima os seus últimos cartuchos. À partida para esta etapa seria expectável que todas as equipas que ainda não ganharam qualquer etapa na prova e\ou que não vão levar nenhum ciclista ao pódio final de Paris utilizassem a tirada entre Embrun e Salon-de-Provence para dar outra expressão à sua performance. Qualquer equipa que saia de uma grande volta sem vencer uma etapa, pode considerar como inglórios (em vão) os esforços realizados durante o decurso da mesma. Vencer uma etapa numa grande volta é o principal objectivo estabelecido por grande parte das equipas presentes. A única excepção a esta regra é mesmo a Sky de Christopher Froome. Para a formação britânica, vencer uma etapa (já venceu, por intermédio de Geraint Thomas) sem vencer a geral da prova terá um sabor bastante amargo se atendermos à qualidade do elenco que foi convocado por Nicolas Portal para ajudar o seu chefe-de-fila a chegar ao 4º triunfo na prova.

Numa etapa bastante animada pela fuga do dia, Edvald Boasson Hagen pode aliviar os sobressaltados corações dos responsáveis da Dimension Data. De uma maneira ou de outra, nas etapas disputadas ao sprint ou nas etapas de montanha, Mark Cavendish e corredores como Stephen Cummings ou Serge Paawels (o ciclista belga tentou dar o litro em todas as fugas em que entrou no decurso da prova mas não conseguiu ser feliz) davam todas as garantias ao seu director desportivo. O prognóstico inicial ajuizado pela formação sul-africana acabou por cair num mar de dúvidas quando Mark Cavendish abandonou a prova na 4ª etapa. Quando Cummings e Paawels não conseguiram triunfar nas fugas em que entraram na montanha, ou até mesmo quando Edvald Boasson Hagen foi obrigado a fazer o papel de Cavendish nos sprints, papel que o levou a acumular uma série de 2ºs e 3ºs lugares nos sprints disputados contra Kittel ou Matthews, o mar de dúvidas que reinava no seio da equipa transformou-se num enorme pesadelo.

Na 19ª etapa da prova, a formação sul-africana decidiu alterar a sua estratégia de corrida. Ao lançar Boasson Hagen na numerosa fuga que se estabeleceu na frente, a formação orientada por Brian Smith pretendeu livrar o finalizador noruguês das oportunas garras de Michael Matthews.

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Tour de France – Stage 14 – O potente Michael Matthews; Em Rodez, a camisola amarela voltou ao corpo de Chris Froome

Phillip Gilbert entrou extraordinariamente bem no lançado. O belga conseguiu engajar-se muito bem na tentativa de lançamento que o seu compatriota, o actual campeão belga, Oliver Naesen (AG2R) tentou realizar para Romain Bardet e Jan Bakelants. Contudo, os esforços do icónico ciclista da Quickstep acabaram por ser algo precipitados. O belga lançou muito cedo o sprint, sendo verdadeiramente “comido de cebolada” nos metros finais pelo seu compatriota Greg Van Avermaet e por Michael Matthews, ciclistas que conseguiram seguir na sua roda. 

Ao 14º dia, Michael Matthews pode finalmente saborear novamente o paladar da vitória no Tour! A difícil chegada (em ligeira ascensão) a Rodez era à partida uma das etapas onde o explosivo ciclista australiano da Sunweb poderia fazer a diferença visto que Matthews é, em conjunto com outros ciclistas como Peter Sagan, Greg Van Avermaet, Alejandro Valverde, Philip Gilbert, Michal Kwiatkowski, Rui Costa, Vincenzo Nibali ou Enrico Gasparotto, um dos ciclistas que mais ATP consegue sintetizar neste tipo particular de chegadas, gerando por conseguinte a energia necessária para poder aplicar imensa potência no seu sprint.

Sem a presença de Marcel Kittel no sprint final (a chegada era completamente antagónica às suas características; a probabilidade do alemão chegar aos metros finais em condições de disputar a etapa eram diminutas; acabou por sucumbir a cerca de 40 km da meta devido ao imenso vento lateral que se fez sentir na última hora de corrida) no sprint final (a etapa veio a revelar-se mais complicada do que inicialmente aparentava) o australiano pode garantir a 2ª vitória consecutiva de etapa para a sua equipa ao bater Greg Van Avermaet e Edvald Boasson Hagen nos metros finais. A Sunweb atingiu a plenitude dos objectivos traçados para a prova francesa. Matthews conquistou hoje a sua 2ª vitória da carreira na Grand Boucle.

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Tour de France – Lilian Calmejane colocou a cereja no topo do bolo na chegada a Station des Rousses

Lilian Calmejane deu à Direct Energie a vitória de etapa (objectivo principal da formação francesa para a maior prova da temporada) que os franceses tanto procuraram nesta primeira metade de corrida. A formação francesa não pode estar mais contente da opção que foi tomada quando deixou o seu principal corredor, o sprinter Bryan Coquard em casa para apostar seriamente na possibilidade de ganhar uma etapa na prova através da prossecução de uma fuga. As hipóteses de Coquard ganhar uma etapa ao sprinte, eram, dada a quantidade de sprinters de maior nomeada presentes no evento, reduzidas a uma probabilidade diminuta. Com ciclistas como Calmejane, Voeckler, Perrig Quemeneur, Romain Sicard, Sylvain Chavanel, ou Adrien Petit as hipóteses de vir a conquistar uma etapa eram maiores porque todos estes corredores apresentam um denominador comum: são todos excelentes baroudeurs. Para quem não está familiarizado com o termo que acabei de escrever, um baroudeur é um ciclista aventureiro que corre muito bem quer em fugas, quer em solitário em todos os terrenos.

Lilian Calmejane tem tudo para ser um dos melhores baroudeurs da próxima geração. Aos 23 anos, o ciclista colocou a cereja do topo do bolo ao juntar o fantástico palmarés que já construiu em diversas provas (venceu a geral da Settimana Coppa e Bartali, prova onde também conquistou a camisola dos pontos e uma etapa; venceu a Etoile de Bessèges, prova onde também conquistou uma etapa; venceu a geral do Circuit de La Sarthe, conquistando aí uma vitória de etapa; venceu o Prémio de Montanha da Paris-Nice; conquistou o pódio no GP de Ouverture de Marseille, foi 5º na geral do Tour de Haut Var; no ano passado já tinha vencido uma etapa na Vuelta;) à sua primeira grande vitória no Tour, logo no seu ano de estreia.

E que vitória! O jovem corredor da Direct Energie teve que suar para poder erguer os braços na linha de chegada à Station des Rousses.

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Tour de France – Etapa 5 – Aru aviou por completo as meninas bonitas!

O bombástico ataque realizado pelo italiano a 2,2 km do alto da Planche des Belles Filles merece mais do que um ousado título pornográfico para este post. A pornografia exibida na monumental cadência com que o italiano atacou a meta, merecia ser exibida na primeira página do Brazzers.com, ainda para mais se atendermos ao contexto de extrema dificuldade (para lançar um ataque) que a máquina de guerra da Sky colocou nos 5,8 km finais da árdua subida para o local de chegada da 5ª etapa. O italiano foi simplesmente sensacional! Fábio Aru subiu na bolsa de apostas. Se no final do Criterium Dauphiné afirmei de viva voz aqui neste blog que tanto o italiano como o seu colega Jakob Fuglsang (vencedor da geral individual do Criterium) seriam as principais ameaças com que Porte e Froome teriam que lidar no Tour devido ao excepcional momento de forma apresentado, no final da etapa de hoje acredito piamente que o italiano poderá conseguir vencer este Tour com as diferenças que será passível de realizar na alta montanha da prova.

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Criterium Dauphiné – Etapa 5 – Phil Bauhaus surpreende tudo e todos na chegada a Mâcon

A Team Sunweb está na moda! A temporada de 2017 está a ser uma estreia de sonho para a agência de promoção turística alemã que decidiu no final de 2016 comprar a super licença da Giant-Alpecin no UCI World Tour. Ainda a comemorar a épica vitória de Tom Dumoulin no Giro de Itália (durante a presente semana foi confirmada a renovação de contrato do ciclista holandês até ao final da temporada de 2022, facto que indica que a Sunweb não deverá findar o seu patrocínio até essa data ) a equipa alemã voltou a comemorar na tarde de ontem uma vitória de etapa no Dauphiné com a vitória ao sprint de Phil Bauhaus na chegada a Mâcon. Na última oportunidade para os sprinters antes das terríveis etapas de montanha que serão corridas até domingo, o semi-desconhecido ciclista alemão de 22 anos bateu de forma surpreendente toda a elite dos sprinters em prova, conquistando a mais importante vitória da sua jovem carreira.

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Criterium Dauphiné – Etapa 3 – Amanhã é sempre tarde de mais

Quando a Bora se aproximou da cabeça do pelotão a sensivelmente 5 km da meta, qualquer esforço de perseguição adicional à fuga que viesse a ser somado aos esforços tímidos da Katusha e Dimension Data (1\2 unidades) e ao esforço completo da FDJ iria soar, no mínimo, a uma atitude tardia face à apatia demonstrada por várias equipas durante a etapa: a fuga do dia estava condenada a vencer! A vitória na 3ª etapa do Criterium Dauphiné foi para o jovem Koem Bouwman da Lotto-Jumbo, corredor que já tinha tentado a sua sorte na etapa inaugural da prova. Continuar a ler “Criterium Dauphiné – Etapa 3 – Amanhã é sempre tarde de mais”

Criterium Dauphiné – Etapa 2 – Arnaud Demare conquista o seu 7º triunfo da temporada

Na chegada a Arlanc, a Française des Jeux mostrou que tem a máquina bem oleada para o Tour. Numa etapa corrida num traçado muito exigente do ponto de vista técnico, o sprinter francês de 25 anos foi mais forte que toda a concorrência num dos sprints mais competitivos da temporada, relegando Alexander Kristoff da Katusha para a 2ª posição e Nacer Bouhanni da Cofidis para a 3ª. Para a sua vitória muito contribuíram os esforços realizados pela sua equipa no estabelecimento na frente do pelotão do seu “comboio” e o lançamento promovido a 500 metros da meta por um companheiro de equipa. Numa etapa que todas as equipas dos sprinters (à excepção da Quickstep, um pouco em virtude da queda sofrida por Peter Vakoc na cauda do pelotão nos quilómetros finais) lutaram arduamente para conceder aos seus targets as melhores condições possíveis de abordagem ao sprint final, o francês acabou por dar uma clara demonstração de força: Demare está bem, acabou por conseguir superar o registo de vitórias obtido no ano passado (6) e promete que os seus objectivos não ficarão decerto por aqui: o francês quer desafiar Peter Sagan e Marcel Kittel no Tour!

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Balanço do Giro de Itália – as grandes surpresas e as decepções da 100ª edição da prova italiana (2ª parte)

Nota Prévia: Este post é a 2ª parte do trabalho iniciado durante o dia de ontem no primeiro dos 3 posts dedicados ao Balanço da 100ª edição do Giro de Itália. 

Lukas Postlberger – Bora – Surpresa – Até à primeira etapa da prova, o austríaco Lukas Postlberger era para muitos um perfeito desconhecido. O ciclista só se tinha revelado ao grande público uma ou duas vezes ao longo da sua jovem carreira, quando venceu uma etapa no Tour de L´Avenir (A Volta à França dos jovens) e quando venceu uma das etapas da Volta à Austria. Sendo utilizado naquela primeira etapa como o principal lançador do sprinter que a Bora convocou para o Giro (o irlandês) Sam Bennett, o corredor de 25 anos aproveitou a fase de lançamento do primeiro sprint da prova para realizar um mortífero ataque que deu à Bora o seu principal objectivo para a prova: uma vitória de etapa e o direito a envergar a camisola rosa por um dia. Continuar a ler “Balanço do Giro de Itália – as grandes surpresas e as decepções da 100ª edição da prova italiana (2ª parte)”

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