Saído de um pé esquerdo divinal

O pé esquerdo de Paulinho, o 3º grande produto da formação do Santa Maria (clube onde Hugo Vieira e Nelson Oliveira cumpriram parte da sua formação), interessante clube do Concelho de Barcelos que tem sido um viveiro onde se abastecem regularmente os melhores clubes da região norte. Para os menos lembrados, o Santa Maria foi há alguns anos um dos mais temíveis tomba gigantes da Taça de Portugal, tendo eliminado, nas edições de 2012\2013 e 2013\2014 clubes como o Nacional ou a Académica.

Como se diz na gíria do futebol, este cruzamento para a cabecinha de Fransérgio é “meio golo”. “Meio golo” e “meio apuramento” para a fase final da prova! Depois de várias épocas coroadas de exitos e de muitos golos na segunda liga, e de uma passagem menos conseguida pela primeira ao serviço do Gil Vicente na temporada 2013\2014, clube que haveria de ser relegado ao segundo escalão no final dessa temporada, aos 24 anos, Paulinho, jogador que em 2012 foi convocado por Rui Jorge para a selecção de sub-21, está finalmente a conquistar o seu espaço na turma bracarense e na primeira liga. Pelo que tenho visto do rendimento do jogador, acredito piamente que o avançado tem todas as condições para continuar o percurso ascendente que tem trilhado nos últimos anos – quem sabe se não estará aqui um dos próximos avançados da selecção portuguesa?

Os golos do dia (1ªparte)

Um auspicioso início de temporada para Romelu Lukaku

Ultrapassada que está, creio, a ligeira incongruência cometida por José Mourinho relativa à contratação de um jogador, por 75 milhões de euros, duas épocas depois de o ter dispensado quando era treinador de um adversário directo do United, num processo que conduziu à sua contratação por parte do clube que vendeu o jogador à posteriori para o clube de Manchester, a cada vez mais influência do jogador no futebol do United está à vista.

Eu não sou muito fã de estatísticas, reconheço. No entanto sei reconhecer a sua preciosa utilidade para avaliar determinados aspectos de evolução técnica ou táctica de um jogador e utilizo-as de vez em quando para esse efeito quando as estatísticas desse jogador combinam com uma ou mais observações nas quais vislumbro qualidade nas acções. Ao contrário do que vejo por aí em alguns jornais, sites e blogs de especialidade não as utilizo de forma abundante para explicar o quer que seja porque não sou, de todo, adepto de modelos de observação tecnocratas mas sim de modelos de observação qualitativos, modelos nos quais os aspectos matemáticos do jogo são meros exemplos complementares para reforçar essa mesma qualidade. Não me adiantam portanto os milhares de quadros estatísticos disponíveis em vários sites para perceber se um rendimento de um jogador traz qualidade ao futebol de uma equipa porque a qualidade nas várias vertentes do jogo só pode ser aferida qualitativamente através dos proveitos que o seu rendimento traz para o futebol dessa equipa, mediante a satisfação de um conjunto de factores de aferição nos quais devem estar sempre presentes o sistema táctico e modelo de jogo utilizado\operacionalizado pelo seu treinador, a interacção com os companheiros de equipa no terreno jogo e o benefício ofensivo ou defensivo que certa acção praticada oferece ao jogo da equipa.  Continuar a ler “Os golos do dia (1ªparte)”

Dois grandes lances, duas grandes execuções técnicas, duas gerações distintas do futebol mundial: dois grandes médios na Pedreira

No espaço de um minuto:

O grande trabalho de João Carlos Teixeira no lance finalizado por Hassan. O médio emprestado pelo Porto é um jogador com uma enorme clarividência quer a procurar espaços ou a procurar romper em drible para queimar as linhas adversárias na 1ª fase de construção, injectando sempre velocidade no jogo da equipa nas suas acções. Mais adiantado no terreno, funcionando quase como um enganche nas costas dos avançados, é um jogador que como se pode ver define muito bem as técnicas jogadas que constrói nas imediações da área.

Por outro lado temos Emre Belozoglu. Aos 37 anos, o possante e “metronómico” médio internacional turco parece conservar ainda todos os atributos que lhe permitiram no passado ter uma carreira super activa ao serviço de clubes como Galatasaray, Inter, Newcastle, Fenerbahce e Atlético de Madrid – Possante como sempre, incisivo e agressivo nos momentos de pressão e criterioso nos momentos de construção, ditando tanto o critério como o tempo de circulação da equipa sempre que toca no esférico. Inctacta continua a sua eficácia na carreira de tiro, quer nos remates de meia distância quer nos lances de bola parada.

Os golos do dia

https://dailymotion.com/video/x60nbc9

Hoje começo com as imagens de um golo (o primeiro do Sevilla ao Liverpool no jogo da passada quarta-feira) que apesar de ter surgido de um interessante e encadeado momento de construção dos andaluzes no último terço adversário, é acima de tudo uma lição de como “não defender numa competição de exigência máxima como a Champions” Continuar a ler “Os golos do dia”

Vários problemas bicudos para Pedro Martins

pedro martins

A contas com lesões, problemas físicos e com a adaptação ao modelo de jogo e aos princípios e ideias que o compõem de um conjunto de jogadores que chegaram ao clube na recta final da janela de transferências, Pedro Martins vai ter muito trabalho pela frente nas próximas semanas para por o Vitória a jogar um futebol minimamente alinhado relativamente aos objectivos para os quais o clube historicamente luta e às altíssimas exigências que são demandadas pelos exigentes adeptos do Vitórias. Todas as pessoas que puderam ver a franciscana exibição dos vitorianos frente aos austríacos Salzburgo puderam identificar as imensas lacunas da formação vitoriana. Arrisco-me a dizer que equipa da cidade berço é uma equipa que não possui neste momento ponta que se lhe pegue.

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Primeiros 45 minutos no D. Afonso Henriques: muito nervosismo, pouca mobilidade e pouca inteligência na primeira fase de construção

Frente a uma equipa muito chatinha, o Salzburgo, formação cujo treinador Marco Rose parece ter estudado muito bem os problemas que a equipa de Pedro Martins tem apresentado neste início de temporada (muitas dificuldades na primeira fase de construção; imensa exposição dos laterais nas situações de transição defensiva visto que os extremos nem sempre baixam atempadamente para impedir situações de inferioridade numérica) a equipa vitoriana tem tido muita dificuldade para contrariar essa pressão alta de forma a entrar no meio-campo adversário.

As dificuldades do Vitória nesse aspecto em particular devem-se:

  • À ausência da sua principal referência na construção Rafael Miranda.
  • À atitude estática do sector ofensivo, em especial de Hurtado e de Teixeira, não oferecendo linhas de passe seguras sempre que que os seus defesas ou médios recuperam a posse no interior do seu meio-campo. Enquanto o peruano se esconde imenso atrás da linha média adversária à espera de receber o jogo, o ponta-de-lança uruguaio raramente desce para vir oferecer uma linha de passe que lhe possibilite a reciclagem da bola para as alas, processo que poderá virar a equipa de frente para o jogo.
  • Constantes trocas posicionais dos extremos promovidas pelo treinador, não dando a previsibilidade necessária aos laterais e aos médios no acto do lançamento do ataque. As trocas posicionais devem vir sempre acompanhadas de rotinas nos processos de circulação, aspecto que ainda não está de todo bem operacionalizado pelo treinador vitoriano.
  • A falta de qualidade de Celis no passe curto, estranha deficiência que contrasta com a eficácia do colombiano sempre que tenta variar o centro de jogo através do recurso ao passe longo.
  • O nervosismo dos laterais, jogadores que não são capazes de levantar a cabeça para ver as opções que estão disponíveis quando são obrigados a sair a jogar pelos corredores. Ao longo dos primeiros 45 minutos, dos laterais do Vitória temos visto muitos lançamentos longos para a frente “para ver no que é que dá”, sem qualquer critério.
  • À incapacidade para arriscar, queimando linhas através da condução. Quando Celis o fez, a equipa conseguiu suplantar a intensa pressão adversária e progredir no terreno.

O golo de Pedrão (excelente movimento de antecipação realizado sobre o seu opositor no ataque à bola) deveria ter dado mais confiança à equipa do que aquilo que realmente deu. Para ultrapassar a intensa pressão que está a ser realizada pelo adversário no seu meio-campo a equipa precisa claramente de uma maior dose de dinâmica na procura pela bola por parte de todo o seu sector ofensivo. Quando o conseguir fazer, poderá colocar Hurtado de frente para o jogo, com um enorme espaço entre a linha média dos austríacos e a linha defensiva visto que os austríacos dão um espaço de sensivelmente 30 metros entre estas duas linhas.

O golo Morosyuk e a morte das aspirações do Marítimo na Liga Europa

135 minutos de pura organização defensiva projectada (e muito bem trabalhada) por Daniel Ramos para as duas partidas, foram ultrapassados, com a maior das facilidades, à custa dos dois erros cometidos por Zainadine e Charles nos 2 golos da formação ucraniana. Eu gostei da exibição dos madeirenses na primeira meia-hora. Contra uma equipa que tem um potencial muito superior, a equipa maritimista mostrou muita solidariedade defensiva e rigor posicional na defesa mista executada (bons acompanhamentos sempre que os médios Buyalsky e Garmash procuravam tabelar com o objectivo de poderem penetrar até à área madeirense; bom acompanhamento das movimentações interiores de Yarmolenko) no seu bloco recuado.

Difícil seria não cometer um erro que franqueasse as portas da baliza ao adversário. Ao moçambicano Zainadine, jogador que estava a fazer uma extraordinária exibição até ao primeiro golo, calhou a fava de colocar a bola a jeito em Denis Garmash. No lance do 2º golo, Charles é muito mal batido. A colocação do brasileiro na baliza e os passos dados na abordagem ao remate levam-me a crer que Charles estaria decerto à espera de um remate em arco para o ângulo inferior direito.

Análise – Final da Liga Europa – Manchester United 2-0 Ajax – A vitória do pragmatismo

A vitória do Manchester United de José Mourinho na Liga Europa não foi a vitória do cinismo. A vitória do Manchester United de José Mourinho na Liga Europa também não foi a vitória da equipa mais forte. A vitória dos Red Devils na Liga Europa não foi a vitória da estética, nem a vitória da garra. A vitória dos comandados de José Mourinho na Liga Europa foi a vitória (sofrível) do pragmatismo. Do mesmo pragmatismo que rendeu triunfos em Londres e em Milão. O United cumpriu a sua missão como o plantel mais dotado desta fase final da Liga Europa. Mais mal do que bem. Mal era se não cumprisse face aos adversários que defrontou. Mais sofrível do que confortável. Contra adversários de segunda e terceira linha do futebol europeu à excepção do Ajax. À rasca. À rasquinha, se tomarmos em conta os acontecimentos dos minutos finais do jogo de Old Trafford frente ao Rostov e os minutos finais do jogo da 2ª mão das meias-finais frente ao Celta. O treinador português está obviamente de parabéns: a sua equipa fez finalmente um bom jogo na Liga Europa. Mais no capítulo defensivo do que no capítulo ofensivo. Mourinho estudou bem o adversário e anulou-o por completo, evidenciando as suas lacunas.

Contudo, este título não disfarça o facto da época ter sido um completo fracasso. O United avançou muito pouco com o português em relação a Van Gaal. O técnico português demorou muito tempo a implementar a identidade que pretendia, deixando a equipa a navegar num limbo de ideias. A identidade da equipa não foi totalmente construída ao fim de uma temporada, obrigando decerto o português a ter que reformular tudo no próximo verão. O United revela-se como uma equipa que procura as mesmas soluções (bloco baixo, saída no contra-ataque com poucas unidades envolvidas nas acções\jogo directo em desespero para as torres que possui na frente) à falta de gente capaz. A equipa não engatou nas transições para o ataque. A equipa tem défices enormes de criatividade. Ao longo da temporada, o principal reforço, foi sempre questionável porque evidenciou sempre “pouca fome” e muita lentidão de processos. O sector defensivo é altamente questionável ao nível de valor. Há muita “madeira podre” (termo britânico: “dead wood”) no plantel que tem que ser despachada.
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O golo do dia – Rashford deu cor a um jogo cinzento

De Marcus Rashford, numa meia-final cinzentona de Liga Europa que valeu pela sua exibição e pelas exibições do guardião do Celta Sérgio Alvares (5 grandes defesas) e pela exibição de Pione Sisto (o mais sereno e inconformado dos “jogadores galegos”) apesar do extremo dinamarquês de origem sul-sudanesa ter sido obrigado a vir buscar o jogo ao meio-campo (perante a sempre apertada marcação de António Valência) durante grande parte da partida, e de ter acabado o jogo no corredor central a organizar o jogo da equipa por pura incapacidade demonstrada essencialmente por Pablo Hernandez em construir e interligar jogo entre sectores. Continuar a ler “O golo do dia – Rashford deu cor a um jogo cinzento”

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