Deo(s) do drible

Pese embora não me tenha sido possível, por razões do foro pessoal, assistir em directo às duas partidas, quando abri o computador para conferir os resultados das partidas desta noite, fiquei felicíssimo com a vitória alcançada pela nossa equipa de futsal e com a notícia do apuramento para a final four por via da derrota sofrida pelo adversário (Dínamo de Moscovo) que se constituia, em teoria, como o mais complicado desta fase. Os belgas do Halle-Gooik decidiram poupar os nossos corações ao drama experienciado precisamente há um ano contra os russos, naquele escaldante e dramático empate 3 bolas que nos abriu portas ao sonho europeu!

A idade teima em não querer passar por Deo. Aos 35 anos, o brasileiro continua a ser tão explosivo no drible quanto o era há 15 anos atrás, quando, aos 20, chegou a Alvalade. A idade e a experiÊncia acumulada limaram-lhe porém a tomada de decisão, tornando-o um jogador mais sereno, menos individualista, mais objectivo e menos propenso À tomada de decisões arriscadas em zonas comprometedoras do terreno de jogo. Todos se lembrarão certamente do jogador que Deo era há 10 anos atrás. Havia muita magia nos seus pés e muitos lances de génio que decidiam jogos, mas também existia muita ingenuidade, muita irregularidade (exibicional) e alguns momentos de pura infantilidade (naqueles lances em que o jogador, ocupando temporariamente a posição de fixo na organização ofensiva, tentava sair a jogar em drible) nos quais o brasileiro oferecia (de bandeja) golos ao adversário.

Sporting 5-1 MFC Kherson

Estreia a vencer na UEFA Futsal Cup para a formação leonina, ao contrário do Sporting de Braga\AAUM, equipa que por infortúnio fez a sua estreia na prova frente ao campeão europeu, o Inter Movistar de Ricardinho. No duelo disputado o actual campeão europeu em título, a formação bracarense, vice-campeã nacional, perdeu por 4-1. Ricardinho marcou o primeiro golo da partida.

Na 2ª parte parte do jogo disputado no terreno do Ekonomac (os actuais campeões sérvios) frente aos ucranianos do MFC Kherson, a formação de Nuno Dias tratou de dilatar logo nos primeiros 2 minutos a vantagem de 3-0 que trazia do primeiro tempo. Com dois golos, Diego Cavinato selou aos 21″ o triunfo da formação leonina. O primeiro não o consegui ver. O segundo (5-0) nasceu de uma grande investida de Merlim pela esquerda, na qual, após ter passado em velocidade por um adversário junto à linha, o maestro italo-brasileiro realizou um remate cruzado que foi encontrar a presença do seu colega de selecção junto ao 2º poste. A partir daí, para precaver a possibilidade de poder eventualmente empatar na última partida contra a formação da casa (não sendo porém expectável em condições normais que o Sporting perca ou até venha a empatar contra o Ekonomac no último jogo desta fase; contudo estamos a falar de uma equipa com alguma qualidade que tem marcado presença regular na competição nos últimos anos e que está a jogar em casa) a formação leonina tratou de execer uma agressiva pressão alta na linha 1 e 2 do adversário (no interior do seu meio-campo) para limitar a sua construção e conseguir a recuperação de forma a montar boas plataformas de contra-ataque que pudessem servir para elevar o seu score. A agressividade demonstrada pela formação leonina no capítulo da pressão e recuperação acabou por redundar na realização de 6 faltas. Após terem somado o seu tento de honra (uma bonita finalização de calcanhar de Volaniuk na cara de Marcão aos 38″ na sequência de um lance bem trabalhado a partir de uma reposição lateral na qual a defensiva leonina foi algo apática) aos 39″, os ucranianos ainda tiveram oportunidade para reduzir para 2-5. No remate realizado por Kalukov da marca dos 10 metros, Marcão saiu rapidamente dos postes para defender para o lado, defendendo ainda a pronta recarga de um jogador ucraniano.

Por outro lado, no capítulo ofensivo, a equipa do Sporting fez uma partida muito aceitável na qual conseguiu rematar 31 vezes (17 remates à baliza ucraniana). O guardião ucraniano Tsypov impediu por 12 vezes o golo leonino, realizando em alguns lances, belas estiradas a remates de Merlim, Diogo e Cavinato.

A formação leonina volta a jogar amanhã frente ao Nikars da Letónia, formação de qualidade desconhecida que é comandada pelo nosso bem conhecido antigo seleccionador português Orlando Duarte. Apesar de não conhecermos bem o potencial desta formação letã, será preciso abordar o jogo com alguma cautela e com vontade de resolver a partida o mais cedo possível porque Orlando Duarte deverá ser certamente um profundo conhecedor desta formação leonina e deverá querer complicar ao máximo a tarefa dos comandados de Nuno Dias. O Nikars está neste momento a jogar contra o Ekonomac.

Sporting – MFC Kherson (1ª parte)

pedro cary

No jogo de estreia da formação leonina no Grupo 3 da 1ª ronda de qualificação da UEFA Futsal Cup, na Sérvia, no final dos 20 minutos regulamentares relativos ao primeiro tempo, o Sporting está a bater tranquilamente os ucranianos do MFC Kherson por 3-0 com golos de Pedro Cary e Rodolfo Fortino.

Os dois primeiros foram obtidos na sequência de dois pontapés de canto: no primeiro, Cary desmarcou-se para rematar à entrada da área e no segundo Fortino marcou um golaço de meia distância com um volley de primeira. Não me foi possível ver o 3º golo, tento que também foi obtido pelo pivot italiano nos segundos finais do 1º tempo. O Sporting teve mais 3 oportunidades para dilatar a vantagem. Numa jogada de 2×0 (frente ao guarda-redes) construída por Marcão e Fortino, o italiano serviu a entrada de Diogo pelo corredor central. O brasileiro escorregou na hora de finalizar. Noutros dois remates efectuados por Merlim nas suas clássicas inflexões em drible da esquerda para o centro, o guardião dos ucranianos fez duas elásticas defesas.

A 2ª parte do jogo poderá ser acompanhada na página oficial da secção de futsal do Sporting 2ª parte do jogo poderá ser acompanhada na página oficial da secção de futsal do Sporting (foi possível ver o jogo em directo até aos últimos 5 minutos da primeira parte) ou então, em alternativa, no site da UEFA. 

 

O dia em que Nuno Dias voltou a fazer de Joel Rocha uma verdadeira cabaça!

A Joel Rocha deve-lhe ter passado decerto toda a cagança e a arrogância destilada (em forma de fel) nos primeiros meses enquanto treinador do Benfica. Desde que se iniciou este ciclo vencedor do Sporting, Rocha já mudou tudo: já mudou de jogadores, já mudou o seu modelo de jogo, já mudou até discurso, não devendo faltar muito até que alguém lhe mostre à calhoada (porque é à calhoada e à cadeirada que saem todos aqueles que não conseguem conquistar títulos naquele clube) a porta da rua do pavilhão da Luz.

Só uma atitude de desespero (de quem já não consegue fazer nada para bater uma equipa mais forte, muito mais forte, muito mas mesmo muito mais forte, com um treinador melhor, muito melhor, muitíssimo melhor) pode explicar a opção suícida (quando o jogo estava muito longe de estar resolvido) tomada pelo treinador do Benfica nos primeiros minutos do segundo tempo quando decidiu subir o seu novo guardião (o anterior, Bebé, keeper que até era a besta negra deste Sporting; fazendo contra os leões exibições de mão cheia, foi dispensado pelo técnico encarnado sem apelo nem agrado nem sequer um pingo de consideração ou gratidão) até ao meio-campo adversário. O resultado foi bonito de se ver. O ambiente no pavilhão foi bonito de se ver. Até o trabalhão que o Dieguinho teve para marcar posição frente ao agressor Bruno Coelho foi bonito de se ver.

Um título inteiramente justo

Alex Merlim. Sempre Alex Merlim. Sempre que a equipa precisou de um desequilibrador, o italo-brasileiro esteve sempre lá!

14º título. O Sporting conquistou hoje pela 14ª vez o Campeonato Nacional de Futsal. A vitória no 4º jogo em Braga colocou justiça à melhor temporada da história da modalidade em Alvalade. Os comandados de Nuno Dias conquistaram apenas 2 dos 5 títulos que poderiam ter sido conquistados na presente temporada, mas para trás, deixaram um inigualável rasto de bom futsal. Se fizermos apenas uma excepção ao jogo da final da Uefa Futsal Cup (de longe o pior jogo do Sporting na presente temporada) fico com a sensação que a equipa tinha todas as condições para conquistar todos os títulos internos.

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A passo e meio do título

A um passo e meio do título. Porquê “a um passo e meio” quando só falta de facto dar um passo em frente na terça-feira?

Em primeiro lugar porque este Sporting de Braga tem uma excelente equipa e é uma equipa muito forte no seu reduto, como de resto pudemos ver no jogo 2.
Em segundo lugar, porque a equipa do Sporting de Braga é uma equipa, (como pudemos ver hoje nos 2 lances que Marinho desperdiçou a boca da baliza quando os comandados de Paulo Tavares já jogavam no 5 para 4) que tem capacidade (e espírito de combate) para recuperar de resultados desnivelados em duas ou três jogadas. No jogo desta noite, se Marinho consegue finalizar aquelas duas preciosas bolas que dispôs junto à baliza leonina, a vantagem de 4 que os leões demoraram 20 minutos e 10 segundos a construir, poderia ter sido amenizada para metade em apenas 30 segundos.
Em terceiro e último lugar, porque esta equipa do Sporting parece ser, em determinados momentos do jogo, uma equipa que sofre uma espécie de “apagões temporários” . No jogo 2 também o pudemos comprovar em duas situações: no início da partida quando entrou a dormir (0-2) e nos minutos finais, altura em que Marcão e companhia entregaram o ouro ao bandido literalmente por tuta e meia. Continuar a ler “A passo e meio do título”

Quem nunca treinou, nunca passou por isto

Naquela semana que passámos a treinar dois ou três aspectos não consolidados pela equipa até ao mais ínfimo pormenor para que a equipa no geral ou determinados jogadores não cometessem o mesmo erro cometido nas últimas 2 semanas no jogo seguinte. Naquela semana em que fomos dotados de suficiente paciência para demonstrar ao(aos) atletas aquilo que queremos. À milésima tentativa fracassada no exercício, voltamos a demonstrar paciência quando pegamos carinhosamente o atleta pelo braço para lhe dizer pela milésima primeira vez “é ali, aquilo. Ali. Daquela forma. Vai tu consegues, pá!” – No teste nº2346 o atleta lá consegue realizar o que pretendemos. Soltam-se os fogos. “É agora que isto vai para a frente” – vamos para casa satisfeitos: conseguimos ganhar, com muito esforço, um ponto importante. Afinal de contas, os treinos acabavam mas nós ficávamos mais 15 minutos no relvado a matutar no que é que falhou, no que é que ficou por dizer, no que é que poderá ter ficado por treinar, naquele output que não saiu no tempo correcto, naquele output que nos dá a certeza que o atleta finalmente reteve toda a aprendizagem e aplicou-a correctamente, naquela característica que foi ou precisa de ser trabalhada em determinado atleta, naquele progresso espontâneo que nos surpreendeu sem estarmos a contar. Debaixo do chuveiro, o nosso cérebro continua a girar a mil à hora. A analisar todos os frames de hora e meio de trabalho. No carro, lembramo-nos daquele pormenor que falhou. Paramos na berma da estrada para o anotar de forma a corrigi-lo o mais rapidamente possível na próxima sessão. Vamos para casa. A nossa namorada faz-nos o jantar mas nós ainda estamos com a cabeça a mil. Acabamos por não lhe ligar patavina. Só pensamos na nossa próxima sessão de treino para continuarmos a trabalhar as nossas ideias.

Chegamos ao dia do jogo. Não dormimos bem durante a noite. Na véspera do jogo rezamos literalmente para que nada falhe. Temos a sensação que trabalhámos bem mas tudo é absolutamente falível se entretanto surgir uma nova condicionante que não previmos. Galvanizamos a malta. Pedimos concentração, atenção, rigor, qualidade. Repetimos até à exaustão o que pensamos sobre o adversário. Os seus pontos fortes. Os seus pontos fracos. Os seus processos. As suas jogadas mais comuns. A forma em como o podemos surpreender. Finalizamos com o habitual grito – “vamos ganhar isto, porra. Isto tem que ser tudo nosso” – entretanto vou moralizando tudo e todos. Peço qualidade. Peço esforço – “Hoje vais vestir o fato macaco e vais fazer o melhor jogo da tua vida. Veste o faco macaco e trabalha” – O jogo começa. Sofremos nos primeiros minutos. Nos primeiros 10 minutos não sai uma de jeito. Apesar de ter treinado numa modalidade que não nos concede o direito a interromper a partida para falar com os atletas (rugby), eles vão passando junto a mim na lateral – “ó João, não dá! Os gajos são mais fortes” – “O x não defende” – o “Y não fez bem o cruzamento” – “Pedi-lhe a dobra mas não saiu” – “Aquele ganancioso não me ouve” – “Entramos em maul?” – Eles sabem que devem entrar em maul mas continuam a perguntar repetidamente, semana após semana, se o devem fazer. O medo de errar toma conta do seu discernimento.

Exasperamos. Chegamos a um estado de loucura tal que invariavelmente terminamos o assunto com o mais minimalista dos prestáveis conselhos que podemos dar para tentar inverter uma situação negativa: “Querem jogar caralho?” – “Vão lá para dentro e joguem” – quando nos sai este grito de revolta, temos por norma o dom de irritar e de, ao mesmo tempo, aliviar toda a pressão que pende sobre aquelas cabeças. Comigo, tem resultado. Quando opto por este tipo de discurso, eles rendem 4 ou 5 vezes mais do que tinham rendido até ali.

O golo do dia

Mais perto da final do campeonato. A equipa de futsal do Sporting foi a Sandim, concelho de Gaia, bater esta interessante equipa do Módicus por 5-2 no 1º jogo das meias-finais do campeonato. Perante uma equipa que revelou algum facilitismo defensivo, principalmente na abordagem ao jogo colocado em profundidade para as costas dos defesas e pouca intensidade na pressão quando perdia o esférico, os leões construíram uma vantagem interessante face ao vistoso futsal ofensivo que é praticado pela formação orientada por Emídio Rodrigues. Se tivessem sido ligeiramente mais eficazes ao nível da finalização, estou certo que a formação do concelho de Gaia poderia ter vendido muito mais cara a derrota averbada. As combinações entre o fixo e os alas foram efectivamente muito bem trabalhadas. Prova disso foi a existência de várias ocasiões de golo na cara de Marcão.

Neste jogo, o meu destaque vai para o 4º golo do Sporting. A assistência de João Matos para Dieguinho é fenomenal. A impulsão realizada pelo fixo internacional português para salvar aquela bola e ainda assistir o companheiro é de uma capacidade atlética enorme, sublime quando atentarmos que ao mesmo tempo em que tenta não deixar sair a bola pela lateral, o jogador está completamente focado na leitura rápida da situação.

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