Fieis à identidade construída do primeiro ao último minuto – o Manchester City de Guardiola é de outra galáxia!

Brian Clough em 1978:  “Se Deus quisesse que nós jogássemos no céu, Ele tinha colocado relva lá em cima.”

Poucas são as equipas que, ao minuto 95 de uma partida disputada contra um adversário difícil que soube contrariar defensivamente ao longo dos 90 minutos uma fatia generosa dos processos magicados pelos citizens (quando digo grande parte é mesmo grande parte; quem viu a partida terá forçosamente que atribuir os devidos créditos à exímia organização defensiva perpetrada pela formação orientada por Mauricio Pellegrino na partida disputada no City of Manchester) e que teve o condão de criar muitas dificuldades defensivas à formação da casa quer nas venenosas saídas executadas para o contra-ataque, quer no ataque aos lances de bola parada, conseguem ter disponibilidade física e psíquica para continuar a almejar a baliza adversária de acordo com os preceitos pedidos e trabalhados pelo treinador. A maior limitação intrínseca ao jogo, aquela que de facto mais pressão sob o discernimento dos jogadores (o factor tempo) quando aliada ao cansaço físico e psíquico sentido pelos jogadores e às dificuldades criadas por um comportamento defensivo eficaz por parte do adversária, cria na cabeça destes uma verdadeira mistura explosiva composta por falta de discernimento (remeto-vos para o fantástico post que foi escrito aqui pelo Pedro Bouças) descrença, e desvarios individuais.

É essa mistura explosiva que leva 99% das equipas a tentar o assalto final à baliza adversária através de um estilo mais directo e pragmático, ou seja, de um futebol em que para tentar criar uma tentativa de finalização a equipa opta por sucessivos despejos para a área ao invés da continuação de um futebol combinativo, que procure continuar a enganar o adversário (e a invadir os seus espaços, manobrando-o para o efeito) até alcançar aquele prometedor momento de finalização.

Várias acções realizadas pelos jogadores do City neste lance transpiram os princípios de jogo de Guardiola. Ao invés de bater longo na frente como ditava a necessidade, Ederson jogou curto, respeitando a identidade construída: um jogo apoiado onde é expressamente proibido bater longo na frente. Otamendi foi avançando pacientemente (provocando com bola o adversário; considera-se provocar com bola o ataque ao espaço em condução para atrair o adversário, de forma a procurar o homem livre que ao receber a bola vai provocar instabilidade no bloco adversário porque obrigará os jogadores adversários a ter que efectuar deslocamentos; se este os atrair para si, poderá libertar para outro homem livre, nos espaços em que tendencialmente estariam os defensores atraídos; isto foi precisamente o que Otamendi, Silva e DeBruyne fizeram) libertando apenas quando deixou o colega livre com espaço para criar. O espanhol rodou, fixou o adversário que lhe saiu ao caminho e libertou para a ala na tentativa de proporcionar a Raheem Sterling (o homem livre) um cruzamento para a área. A ideia do extremo sempre passou por flectir para dentro para executar um remate. Como 3 jogadores lhe saíram ao caminho, o extremo foi obrigado a procurar DeBruyne, que, num momento de inspiração de enorme brilhantismo técnico que não me passou despercebido…

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inverte novamente o sentido de jogo com uma recepção orientada que lhe faz permitir passar o esférico do pé esquerdo para o pé direito, antes de criar o espaço que Sterling vai aproveitar para finalizar com aquela técnica de remate que todo o mundo lhe reconhece.

 

Os golos do dia

 

Excelente gesto técnico do médio do Chelsea. O remate em rosca deu um extraordinário efeito à bola, tirando-a do alcance do voo de David Ospina.

Início este post com o fantástico golo de Willian no empate a 1 bola do Brasil (já qualificado há muito para a Rússia) frente à Colômbia, selecção que ainda terá que penar mais um bocado para conseguir a qualificação nesta frenética “ronda” de qualificação da COMNEBOL. Continuar a ler “Os golos do dia”

Análise: Manchester City 0-0 Manchester United

Ao 3º encontro, o empate! Mourinho jogou para o empate e a equipa deu-lhe o empate. Depois de 2 jogos em que cada um dos treinadores pode sorrir, ao 3º, veio um empate que deixa tudo na mesma no que respeita à luta directa pelos lugares de qualificação directa e indirecta para a Champions League. O empate foi o resultado que mais castigou a única equipa que quis vencer a partida, o Manchester City de Pep Guardiola.

Com baixas de vulto registadas em ambas as equipas (Zlatan, Rojo e Pogba no lado do United; John Stones, David Silva e Nolito na equipa de Guardiola) ambas as equipas apresentaram-se com os melhores onzes disponíveis para atacar ester derby. Para colmatar a ausência do avançado sueco, José Mourinho decidiu fazer ascender ao onze titular para a esquerda do ataque Anthony Martial, movendo Marcus Rashford para a frente de ataque. Foram precisamente estas as duas unidades que conseguiram trabalhar os raros lances que a equipa dispôs no último terço do City. Com um começo de jogo muito agitado, tanto Martial como Rashford deram muita água pela barba aos seus marcadores directos (Pablo Zabaleta e Nicolás Otamendi) nos lances em que conseguiram isoladamente (muito isoladamente em contra-ataque) criar desequilíbrios através do seu fortíssimo drible e da sua velocidade. Em alguns dos lances, os dois homens mais adiantados do United obrigaram os seus marcadores directos a ter que cometer algumas faltas para os travar bem como Vincent Kompany a ter que fazer dobras aos seus companheiros para travar as suas incursões. Fora isso, o United criou apenas 2 ocasiões de perigo no jogo, uma delas flagrante quando Ander Herrera não conseguiu bater Cláudio Bravo com um cabeceamento ao 2º poste no final da primeira parte. Estas linhas resumem o parco comportamento ofensivo do United em toda a partida, numa partida em que os médios e avançados serviram essencialmente para defender e “perder bolas atrás de bolas na transição”.

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